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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Para mortais

A cadeira aqui da lan house me deixa nervosa. Não que seja uma merda,
mas me deixa nervosa. Na verdade todas as cadeiras me deixam nervosa.
É aquela parada, ou uma cadeira têm encosto ou não tem... essas punhetinhas
de cadeiras com encosto baixo (pega apenas parte da sua coluna) e sem encosto na parte do assento, sabe? Tipo de aula mesmo, o bagulho não se resolve: ou têm um encosto, ou tem um encosto baixo! Porra, mas esse "pedaço" de encosto não faz sentido, me deixa desesperada!  É pra ficar bonitinho, trabalhadinho, ferrinho em espiralzinhas e acolchoadinhos pra cadeiras escrotas de jantar?
Pessoalmente não que eu jante cadeiras, mas é um desconforto que, se comparado
ao rústico, perde feio*(fugindo da Zeugma, apesar de ser praticamente meu signo
solar). Sabe, é tipo a carteira das nossas aulas, sua bunda fica aonde?
É como sentar de costas pra um penhasco. Céus, alguém quer sentar no penhasco? 
Tente visualizar sua bunda sentando na cadeira e parte dela ficar exposta para quem está atrás de você?  Ainda dá para piorar: se você é uma pessoa boa de coração e deseja sentar corretamente, logo tenta ficar em um ângulo de 90° na cadeira,
levando sua bunda pra trás, no limite do encosto. Mas cadê o encosto?
Sua bunda senta no vão, sua anatomia indiretamente começa a ter
conflitos internos, logo estará lançando um livro. Será que essa comparação
vale pro conotativo dos professores de educação física?

A questão é que esta que estou (Z) (estequestaquiatrás, estequestáquiatrás [...]!) é enorme e alta, não consigo colocar os pés no chão (mais conflitos, nesse caso o platonismo e desilusão), ou seja, fico o tempo inteiro analisando que forma consigo fazer uma respiração diafragmática e como posso ficar quieta em alguma posição, desviando minha atenção do objetivo de estar aqui em uma lan house pequena e fria, cujo principal motivo de ter me convencido a entrar foi a propaganda em sua parte exterior, na entrada.  Mas... Acha mesmo que nada poderia ser tão bom a ponto de te fazer entrar (além da necessidade) em um lugar tão frio e pequeno e cheio ?(cheio em relação às pessoas aqui, porque na verdade  são apenas 5 máquinas, e elas estão ocupadas) e com um banheiro fedendo e um cara  que fica puto quando você pendura sua mochila/bolsa na maçaneta de uma porta completamente  aleatória e fechada, no meio da sala? Bem, existe um motivo e pretendo futuramente tirar uma foto pra provar isso.
Antes disso, explico que é uma imagem bem ampliada de um desktop (compreende-se que seja um desktop, caralho) e uma janelinha aberta, daquelas que te fazem clicar nas respostas referentes às suas perguntas, do tipo: "sim" ou "não", "salvar", "não salvar", "deixar para mais tarde", "não me lembre mais essa mensagem", "cancelar", "executar" ou até mesmo "sim" quando te perguntam se você quer que o entregador de pizza entregue a pizza ou não, ou se quer ir pra cidade ou não, se deseja que seu Sim (the sins, nunca jogou?!) tenha livre arbítrio ou não, etc etc etc. (enfim, deu pra entender). Então, é essa janelinha perguntando: "deseja entrar na cyberbeltrana?" e um cursor normal (setinha branca) clicando no "Ok", do tipo: desejo entrar na cyberbeltrana! \o/ ! ".

Aí as pessoas me perguntam como me distraio e alegam pra qualquer um
essa característica bizarra: minha loucura. ''Pensar demais é uma loucura'', o que dá
s i m  no mesmo que dizer  ''ser louca demais é pensar''. As pessoas conseguem
focar em um assunto e dele extraírem o necessário para executá-lo, é bonito pra caramba e assim o mundo avança e as cadeiras continuam com a mesma eficiência básica: sentar ou ser bonita. "Que isso, claro que existem!" sim, de fato.... Existem as cadeiras que além de poder sentar, são bonitas. Fora isso não são cadeiras,
são pequenas naves mesmo, $3.000.