Páginas

Mostrando postagens com marcador teatro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador teatro. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 7 de junho de 2011

Teatro Mágico


Show do Teatro Mágico  !!!! 
Dia:17/06
Horário:
Abertura da casa: 21h
Horário do Show: 0h30
Local: Circo Voador
O tudo é uma coisa só - Teatro Mágico 
“Porque eu tinha irmão, tinha irmã, tinha eh…eh…primas,
primos, prima… tudo junto…né?
tudo assim que nem nois ta aqui agora…”
Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?
Boneca, panela, chinelo, carro, o nó que eu desamarro
Surge pra me dar um nó
Você aparece de repente e coloca em minha frente dúvida maior
Se tudo que eu preciso se parece
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?
Balaio
de domingo eu não saio
De bambu e corda…
so se for pra rezar
Luz… no cabelo e nos olhos
No sorriso do justo feito pra iluminar
Cruz… na parede e no púlpito
Nas nossas costas de súbito
Pesadas pra se carregar
Porta, abre e fecha o caminho
O balaio eu carrego sozinho e ilumino esta cruz com meu jeito de andar… porque!!
Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?
“A gente fica meio… meio desencontrado do que a gente é… né?
… se abusá não da nem tempo de aprende as coisa”
mãe, primo, pai, avo, padrinho, zelador juiz, vizinho, ]
[ tio, cunhado, irmão, avó
família é um assunto complicado
quem não gosta mora ao lado e o mais velho mora só
Pois traga um colchão aqui pra sala
por que é que não se junta tudo numa coisa só?
Poeta, ouvidor, desenhista, musico, malabarista... ]
[ comediante o que for
Todo mundo procura um lugar, pra poder compartilhar... ]
[ da dor e da alegria
Sarau em Arcoverde só de sexta venho aqui reivindicar eu quero isso todo dia
Sarau na Arcoverde só de sexta venho aqui reivindicar
eu quero isso todo dia
"para os manos daqui... para os manos de lá!"
Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?
Católico, evangélico, budista, macumbeiro, corintiano, ]
[ espírita ou ateu
Todo mundo busca a paz interna tamo aqui pra ser lanterna…
foi assim que ele escreveu
Palavras e palavras e palavras
e ainda acham que o deus do outro não pode ser meu
Quando juntarmos… você comigo… Cordão umbilical e umbigo
A gente vai ser só um
E até lá eu não vou caminhar mais sozinho
O distante será meu vizinho… e o tempo será…
A hora que eu quiser!! Oras!! Oras!!
Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?
Vinicius Campos/Divulgação

terça-feira, 17 de maio de 2011

ns 100%


Eu sei exatamente que música você está escutando enquanto finge que quer o mundo. Digo que não me importa, pressuponho demais, lido com meus pensamentos seus.

Sinto que todas as intimidades estão ao meu alcance, enquanto um momento pessoal desencadeia tantos outros, estarei ali todos os seus dias, no mesmo lugar que sentou pra pensar da ultima vez, recobrando alguma consciência.

Existe uma espécie de vivência paralela, parece que estou vivendo muitas realidades ao mesmo tempo, sempre presente apenas certa porcentagem em cada momento diferente simultâneo. A outra parte é comum em todos os outros momentos concomitantes, ou seja, 70% é comum em todas elas ( as vezes 60, de repente.), portanto 30% é um eu verdadeiro, não consciente, cheio de fantasias que só se realizam com 90% da felicidade de quem me acompanha.

_Percebo que esses 70% é a parte que garante o poder de viver todos eles(os momentos...) ao mesmo tempo, todos os 30%. A parte "ruim" é não me entregar 100% em nenhum momento, tendo consciência de sua simultaneidade. É como um clipe, uma situação é dividida em várias telas: uma faço sanduíches pra comermos antes de sair para nossos respectivos afazeres, outra faço brigadeiro pra vermos filme ao invés de estudarmos, outra faço suco de todas as frutas do mundo pra nós bebermos rindo antes de irmos a praia. Na outra cena faz comida pra nós (do nada, viro nós) comermos em uma mesa redonda. Em outra estou desenhando na parede de uma casa que não é minha, enquanto faço comida. Outra estou deitada enquanto diz eu te amo repetidas vezes. Outra cena o 'te amo' é dito com o rosto escondido, outra com resistência.

_Perceba que em todos os momentos vivo também outra pessoa, ou seja, essa coisa de não estar 100% ali é meio relativa, já que ninguém percebe, só os que querem arranjar um motivo pra fugir sem dizer que não aguentam e me decepcionar.

Mas que mal faz? Por que não poderiam todas essas cenas simultâneas serem reais, se até um dia temi que fossem sonhos? Me refiro ao que é melhor não dizer.
Tiro do começo das frases todos os "eus", como
eu gosto, eu me refiro, eu me dou conta, eu me assusto, eu acho, eu tenho, eu sou. Fica feio na norma culta.

Então sonhei que estávamos no meu primeiro colégio primário, misturado com o seu primeiro colégio primário.
Sonhei que a distância que percorria até meu destino colegial era enorme enquanto hoje posso ir andando até mesmo no perigo da noite e perder só 4 minutinhos, isto é, até viver a emoção de pegar um ônibus, ter um "registro de pessoa civil", é assim?
Bem, mas você já não estava mais quando o caminho de volta foi se tornando cada vez mais longo. (milvezes)

Enfim, finalmente não haviam cúmplices, admirei o mundo, percebi pouca movimentação dos traumas.
É engraçado, o que seria um terrível pesadelo, vejo como uma emoção tão pessoal e íntima agora,100% estável.

Ok, vou parar de dizer que o 100% é relativo só porque não sei decepcionar dizendo que não aguento.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Flor de maio IV






em alegria ou surpresas, passavam-se igualmente todos os dias no castelo em que moravam duas princesas, Flor de Maio e Flor de Abril, que, apesar do nome, ainda não haviam florescido. Flor de Maio era quieta e Flor de Abril quase não falava. Se a primeira era melancólica, a segunda era tristonha. Se uma era solitária, a outra estava sempre sozinha. Eram irmãs, mas não se faziam companhia e, como o castelo era muito grande, nunca se cruzavam.
Assim, durante muito tempo, até que veio um inverno como nunca viera antes. Lagos e fontes gelaram completamente, calaram-se os pássaros e as torres do castelo vestiram-se de branco por longos meses e mais pareciam noivas das montanhas. A natureza emudeceu e as pessoas pouco falavam. Reinava um silêncio glacial. E foi assim que Flor de Maio e Flor de Abril encontraram-se na sala dos manuscritos.
Reinava também o silêncio, mas povoado de palavras magnificamente bordadas no papel, de iluminuras luminosas, de desenhos que podiam quase falar. E num pesado livro que contava sobre as plantas, Flor de Maio encontrou seu nome e sentiu-se flor. Mas Flor de Abril não encontrou nada e sentiu-se ainda mais só. Arrastando sua dor e tristeza, procurou seu nome no livro dos monstros, das bruxas, dos bichos e até dos mortos. Não se encontrou em nenhuma página e sua fria tristeza confundiu-se com o Inverno. Parecia que a princesa acompanhava o silêncio da estação.
Parecia que a estação entendia o silêncio da princesa. Meses de silêncio e a fome começou a se instalar. O trigo gemia sob a terra, querendo nascer, mas o Inverno, solidário com a princesa, não se ia embora. Não se sabe ao certo se foi por medo da fome ou por compaixão, mas Flor de Maio enfrentou o vento frio e foi ao jardim remexer na terra. E, debaixo de espessas camadas de neve, descobriu um arbusto em cujos galhos começava a despontar um broto, sugerindo um futuro de flor. Era o mês de abril.
Flor de Maio levou a irmã para fora e mostrou-lhe a descoberta: uma flor de abril. A triste princesa sentiu-se botão e sorriu.Naquele mesmo instante, um tímido sol novo descortinou a névoa e convidou a Primavera a voltar. A nova estação veria duas magníficas flores desabrocharem juntas nos jardins do castelo.

( fonte : Revista "MUNDO e MISSÃO", histórias medievais )



quinta-feira, 8 de maio de 2008

Invernal



“Nem pense em ser romântico mais uma vez”. A idade já passou, estamos em uma época de distúrbios sentimentais no mundo, tecnologia avança, o que temos por dentro vai ficando para trás, incompreendido.
''Não que eu mesma me inclua nisso tudo'', mas tentar reaver isso tudo nas pessoas é uma parte boa para se explorar. É meio irresistível até.

O pior disso tudo é você mesmo não saber sobre o seu interior, não expor, ninguém sabe o que sente de fato, e ninguém um dia lerá seus olhos com a precisão do espelho - que, como você, também não se lê. 

Quem me conheceu na tenra infância, conhece uma parte que tentava ser compreendida, tentava mostrar alguma coisa, e era carinhosa, bastante; então fica até mais fácil, como um contraponto para hoje em dia, “que não é nada, que não penso nada; que não quero nada”. 

Em matéria de apaixonar-se, realmente não desejo nada, mas esse clima começa a ficar agudo para as pessoas no outono-inverno. Se é pelos filmes no frio (cobertor, chocolate), pela impossibilidade de sair em plena chuva, não sei, talvez os doces que engordam também tem a ver. 

A questão é que duas pessoas diferentes, com vidas opostas ou até parecidas (mas segredos individuais) namoram nessas épocas. Um ou outro traem, continuam, são hipócritas, pensam em oportunidades com outras pessoas, acham normal e coisas assim. Presenciar isso é meio nojento, mas ao menos reafirma que não podemos cair em ilusões imbecis, mesmo que eu sempre insista em dizer: “depende de cada pessoa”, hoje em dia, todas elas estão borbulhando de incertezas que fazem a insegurança (já que todos somos inseguros) amassar seus projetos românticos –
Mas...
e o que é o romance além de teatro? 

Nunca deixarei de pensar no romance como um teatro, no sexo casual como um teatro, em relacionamentos simplórios cujos segredos mantêm-se guardados, nada se divide e ambos têm intenções que, para mim, já destroem uma relação. Portanto, não existe relação que não seja a dita perversa, dividindo pessoas, conflitos e etc, como na em uma série da GNT, casais “modernos”, do qual os protagonistas são casais bem velhos que transam com outros casais ou com outro individuo, mas tem uma sinceridade e um “amor” que não “acaba”, afinal, a liberdade existe dentro da relação – e como existe – porém em comum acordo de sexo e bens. É justo.

"O que é amor de verdade?" - É o clássico, por sendo clássico poderia citar tantos poemas ou até Nelson que mesmo fazendo todas aquelas putarias só se referia a como as pessoas veem o amor, e não como ele acredita: " sendo eterno". Mas vamos lá, citar pessoas é muito flou.

Amor de verdade não acaba nunca, é uma preocupação genuína, uma intimidade com outra personalidade, algo de saber seus limites e suas partículas mais sensíveis, conversar durante horas sem preocupar-se com tempo e o tempo passa rápido mesmo, é assustador, te deixa nervoso de verdade, por isso essa linha tênue com o ódio – como podes querer tanto alguém, e mais do que isso, a querer bem? – é meio angustiante pra quem vê, mas pra quem sente é algo natural e quando posto em distância, é algo no começo desesperador, mas a maturidade nos faz crer em outras coisas sobre caminho e vida. Quem ama não faz exatamente as coisas mais lindas ou ditas mais lindas ou certas, faz coisas menos estúpidas que os apaixonados, é claro, mas as vezes é difícil lidar com algo tão grandioso, algo que nos completa mesmo longe, algo que nos conquistou e não sabemos nem por onde, por onde tal pessoa pegou meus pesadelos e sonhos? É desagradável, vai. Mas quando conversamos com ela, é sempre tão agradável, não tem fim, você gosta de escutar a alma de quem fala, e não os acontecimentos exteriores, você gosta de falar com a voz da sua alma, e não sobre os acontecimentos exteriores, e fala dela se referindo a tudo, já que amor é de alma para alma, diria, portanto mais que intenso, a intensidade dos apaixonados é ilusória – você “ama” momentos, você se aproxima do que quer parecer da perfeição que poderia gerar ou ver em outros casos, apenas ver em alguém – e essa tal perfeição é tão estúpida, que eu não entendo por que da paixão. 

Entenderia a paixão de 2 dias. O respeito, mas quem tem certa consciência, recobra com a mesma força que volta a vida. Pessoalmente digo isso, pois é emocionante conhecer traços e a vida de mais alguém, é emocionante escuta-las sorrir, vê-las acordar, lidar com seus medos estúpidos, suas alegrias estúpidas, e é mais emocionante ainda fazer parte disso, ajudando, confraternizando sentimentos – dividindo-os sem por que nem para quê – apenas para sentir a alma do mundo, dos acontecimentos, do acaso. Fora isso, não conseguiria deglutir seu sono, sua estupidez, seu sorriso egoísta, e nada disso mais dia nenhum, pois existe a consciência, e ela, como sua alma, não ficaria tão confortável com a vida de um outro estúpido se remexendo com a sua, se intrometendo no cotidiano mesmo que ele não seja lá tão rotineiro, mas sua alma é uma rotina de valores e sendo assim não existe forma de continuar achando belo o feio, a não ser naqueles um dia e meio dos quais decifrou sentimentos, conquistou pensamentos, e foi paixão, realmente paixão. E é claro, paixão acaba e quando isso acontece vira arrependimento – e para não virar esse chato arrependimento o bom é não seguir, seguir paixão já não entendendo suas raízes ou seus frutos (pois não existem) é o que os casais corriqueiros fazem e por isso não dividem nada, não vivem em si mais que os momentos arrastados e com carência, mais tempo arrastados. Então a paixão dura dois dias.
O amor dura para sempre, como podes conhecer a alma de alguém – e sentir conforto e vontade de confortá-la perante um mundo fútil – e isto acabar? Só acaba se não for verdadeiro, pois a alma, o âmago, não muda, por mais que as experiências aconteçam e os sofrimentos a iludam.
E quem não acredita em alma, tem alma também, mas caso realmente não acredita, é daquelas que amam um determinado ex e vivem procurando esquece-lo toda a vida, com paixões, com terapias, com casualidades, com trabalho ou talvez, nem encontrar tenha encontrado aquele amor, aquele conforto, mas há de acontecer, é inevitável.
E é clássico: "Pode o amor virar amor de amigo". Foi sempre discutido isso, já ouvi falar sobre isso e já falei sobre isso. Mas descrever mais profundamente é diferente.
Acredito que sim, mas internamente não será, se virar será sempre aquele amor contido. A questão é: depois de tanto tempo, depois de sofrimentos ou intempéries, já que o ser humano criado em tal sociedade não poderia engolir seu amor vivenciando uma paixão, uma possível outra situação, mesmo que esta exista longe do tempo em que ambos eram eles e agora apenas são ele e ele, e tal faz isso e outro faz aquilo – vivem suas vidas – iludem-se, morrem. Mas quem é capaz de entender que mesmo com a distancia, mesmo com os casos enfadonhos, os casos ilusórios, os casos do contratempo o outro só sente com tua própria alma, e a sua é da mesma forma, mesmo contracenando com mediocridades emocionais da vida, irão seguir pelo caminho que os conforta. E o depois?
É aí que está: quem ama não se preocupa muito com isso, não existe um depois assustador.
A pior parte foi conhecer-se, a pior parte foi entender, foi rebuscar seus sentidos e se deparar com outros, portanto, o que resta é uma família, a verdadeira família.