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domingo, 30 de outubro de 2011

Córtex mundial


Sinto segredos por todo os lados, sinto a pele das pessoas mentindo todo o tempo - sinto que as pessoas não sabem sentir cheiro, sentir gosto, realmente enxergar ou tocar de coração. O padrão dos cheiros, das cores combinadas, dos gostos artificiais  demais, das imagens que há séculos distorcem as coisas com uma objetividade tramada, calculada.

Ninguém sente a própria alma, ninguém mais sabe o que é sentir vergonha ou pedir ajuda de coração.
Essa expressão parece boba, mas significa a consciência de estar vivo, de sentir. Quem sente de coração não ignora a natureza, não ignora sensações, sente verdadeiramente.

Somos iludidos, destruimos e construímos sem entender o mundo por trás do sistema. Forjamos felicidades, somos alegres e somos específicos demais, numa intensidade que não vejo outra intenção se não a de não saber realmente sentir, apenas identificam o referencial e se encaixam, como se fosse obrigação.

A direita não precisa anular a esquerda, o direito não precisa ser o certo e o esquerdo não precisa ser procrastinador. A política não precisa ser mais crucificada, nem a fé, nem a vontade. Nada disso causa guerra ou fúria de verdade.

Ganhar ou perder, escolher alternativas, achar que grito não é música, que não sentir como o resto
é simplesmente não sentir.
Precisar das coisas, preferir não enxergar, fingir pra sí mesmo e se assustar com os próprios pensamentos quanto a vida e a morte.
Definir únicos, líderes, perdedores, excluídos.
Misturar ciência com estatísticas, prometer, cumprir, destinar, sentir mais a temperatura do que compaixão.

Tudo que eu vejo de baixo são julgamentos de massas, culturas falidas por guerras, cópias de cópias,
idéias que não tiveram apoio e idéias que destruíram vidas. As pessoas se jogam para a morte,
esperam por um Deus ou buscam na crítica sobre Deus também um sentido, um ateísmo que o possa libertar das carências tanto quanto a reencarnação para os esperançosos que não aguentam.

Quando formos sacrificar nosso tempo,  nossos sonhos prontos, ambições e vaidades;
Vamos sacrificar nossas verdades e ordem fálica em troca de libertação?


domingo, 9 de outubro de 2011

SOAD in Rio


O melhor dessa porra é justamente não conseguir descrever, puta que pariu, só lembrar de ficar sem ar, de chorar suor, sentir a guitarra genial do Malakian, que acompanhava trambem com sua voz inconfundível, o potencial vocal e introspecção muito paradoxal do Serj, a bateria sagaz de Dolmayan tenso, o baixo do Shavo parecendo um inconsciente lokinórdico e de nao fotografar merda nenhuma por ter esquecido o cel, na fome de simplesmente curtir pulando dignamente, fazendo o meu mundo rodar e rodando com o mundo que aquilo me surpreendia existir.

No Rock in Rio, antes de 'Mind', Serj diz :
''Temos que encarar nossas mentes no tempo em que vivemos. Nós temos que roubar nossas mentes de sua incessante busca por coisas estúpidas. Tecnologia, o filho do materialismo. Coisas boas e ruins. Temos que olhar para nós e para nosso meio ambiente e dizer: “Que diabos estamos fazendo aqui?”. Como eu disse ontem em São Paulo, estou do lado dos indígenas do Brasil contra todo o desenvolvimento desnecessário por todo o país.''





Psycho

Psycho, groupie, cocaine, crazy
Psycho, groupie, cocaine, crazy

Psycho groupie, cocaine, crazy
Psycho groupie coke,
Makes you high, makes you hide,
Makes you really want to go - stop.

Psycho groupie, cocaine, crazy
Psycho groupie coke,
Makes you high, makes you hide,
Do you really want to think and stop,
Stop your eyes from flowing,
Psycho, groupie, cocaine, crazy

Psycho groupie, cocaine, crazy
Psycho groupie coke,
Makes you high, makes you hide,
Makes you really want to go - stop.

Psycho groupie, cocaine, crazy
Psycho groupie, coke,
Makes you high, makes you hide,
Do you really want to think and stop,
Stop your eyes from flowing out

So you want the world to stop,
Stop in and watch your body fully drop,
From the time you were a
Psycho, groupie, cocaine, crazy

So you want to see the show,
You really don't have to be a whore
From the time you were a
Psycho, groupie, cocaine, crazy.

Psycho groupie, cocaine, crazy
Psycho groupie coke,
Makes you high, makes you hide,
Makes you really want to go - stop.

Psycho groupie, cocaine, crazy
Psycho groupie, coke,
Makes you high, makes you hide,
Do you really want to think and stop,
Stop your eyes from flowing out

So you want the world to stop,
Rushing to watch your spirit fully drop,
From the time you were a
Psycho, groupie, cocaine, crazy

So you want to see the show,
You really don't have to be a whore
From the time you were a
Psycho, groupie, cocaine, crazy

(agora uma que nao tocaram, mas é genial também: )
Metro 
I'm alone, sitting with my broken glass
My four walls follow me through my past
I was on a Paris train
I emerged in London rain
And you waiting there swimming through apologies

I remember searching for the perfect words
I was hoping you might change your mind
I remember the soldier standing next to me
Riding on the metro

I went smiling as you took my hand
So removed we spoke in France
You were passed as shallow word
The years have passed and still a hurt
You were passed as shallow word
Years have passed and still a hurt
I can see it now smiling as I pulled away...
sorry

I remember the letter wrinkled in my hand
"I'll love you always" filled my eyes
I remember the night we walked along the Seine
Riding on the metro


I remember a feeling coming over me
The soldier turned, then walked away
Fuck you for loving me
Riding on the metro

segunda-feira, 6 de junho de 2011

times deserved technology

Fico com medo pensando em merecimentos. 
Fico horas olhando fotos, imagens, matérias, desenhos, pinturas. 
É como fazer um tour por várias mostras culturais, exposições do mundo inteiro.
A internet é um veículo maravilhoso, como alguém pode julgar? 
Quando menor sentia vontade de conseguir ler vários livros ao mesmo tempo,
daí deixava os mais importante ao lado da minha cama, pra pelo menos ter a segurança
de saber que qualquer coisa é só pegar e procurar. Na internet é como se
tudo fosse interdisciplinar, um momento estou vendo desenhos geniais de Norma Bar, outro fotos de castelos de Roma, outro tatuagens das mais diversas, outro kawais, outro quadrinhos de piadas nerds anos 90 que rio abeça. 
Merecemos ter tanta informação, sim, espero poder dizer isso. Somos fruto de muitos estudos, experiências, sonhos. 
Eu agradeço todos os dias por tudo isso que a humanidade alcançou.
É uma ciência movida pela paixão, aquela em que esquecemos de pensar no depois de amanhã, achando que até lá já teremos resolvido. Assim é nossa questão ambiental.  
A natureza nos inspira a tudo que fazemos, absolutamente. Sem ela, não tem o que
pesquisar, o que deslumbrar-mo-nos. A reciclagem não é um paliativo, ela é genial se posta em prática realmente. Nossos sentimentos são da natureza de nossos pensamentos, também frutos de um sistema biológico complexo, lindo. Nossos pensamentos também podem ser reciclados.
Contudo, ainda considero os humanos frágeis demais. Talvez a tecnologia nos esteja mimando, já que com ela deixamos de nos interiorizar e assim, carentes, nos apoiamos demais em redes sociais virtuais e riquezas materiais, nos tornando dependentes dessas coisas. Não as acho erradas, mas depender
e viver apenas na superficialidade (nem sempre fútil) que todos apresentam nesses meios, já que viramos vitrines, é negativo. 
Pra nós dos anos 90 esse avanço enorme tecnológico pode ser ou muito bom ou muito ruim. Para os mais antigos essa tecnologia atual costuma a ser desesperadora e dá pra entender o por quê. Rapidez, informação, plágio. A trivialidade passa em bandejas, o sexo também. A energia sexual faz o marketing, o marketing faz de nossas mentes mecanismos mais fáceis. 
As teorias borbulham. O preconceito ainda existe, não importa, sempre existirá. Os padrões são pra rotular, os rótulos excluem muitos. A mídia ilude porque nós gostamos de nos iludir. Talvez seja fácil reparar isso... Difícil é tentar não se influenciar por nada disso. Diria impossível. Na busca do sentido a curtição é inevitável, o deleite em tantas formas grosseiras. Antigamente usávamos melhor o ócio? 
Mas há muitos que transformam em arte o que vêem e sentem. É maravilhoso! Meus olhos brilham. a criatividade que o jovem atual apresenta é impressionante. As teorias de estudos antropológicos e sociológicos não servem só pra livros de auto-ajuda. 
Papo furado sempre existiu. A quantidade de pessoas aumenta, é normal, mas a porcentagem produtiva é maior, a democracia fez isso brilhantemente.  
Enfim, agradeço, tudo é interessante e o mundo merece tanto quanto merece o caos que também se cria com as sobras. 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cheiro de jupiter na casa 3 parte 1

561. Aleatório mundo 8


O que é diferente depois de milênios dentro de mim?
Algumas vezes desperto e as coisas começam a ficar calmas
novamente
Eu confundo a voz de Johnny Rzeznik com a de Tim McIlrath, isso tem motivo,
isso faz sentido com certeza

Algum tempo descubro que o número do onibus onde
estou muda enquanto não ando nele

Escuto Coldplay pela voz de uma mulher de óculos
escuros dentro de um shopping a noite
É tão lento e tantas pessoas suspensas olham despreocupadas
Ninguém ali de cima bate palmas

Não sei como meus pés ficavam antes,
agora os descubro no chão, procurando a melhor
posição pra ficar parada

As luzes se acenderam e se apagaram enquanto
eu não me preocupava da onde vinha,
não sentia mais qualquer outro cheiro e chocolate de uma hora
pra outra ficou tão chato

De uma hora pra outra todos os impulsos se tornaram
tão fracos

Eu não poderia me jogar mais,
só quero escalar agora, não posso mais voltar,
as pessoas diminuem

Parecia tão alto, agora eu percebo que existe uma
ilusão baseada só no pragmatismo e tão ruim
quanto as que poderiam me fazer feliz durante alguns minutos

Ninguém vai desistir quando for embora

Sonhei com redemoinhos estragados sendo leiloados
estou novamente andando em frente ao degrau,
eu poderia subir, mas não faz sentido agora disputar
uma vaga lá em cima 



O destino passando dentro de canos e mais canos
Corto caminho pra outra frase escutando um barulho característico
Mas ainda é minha vez, 





Azay-le-Rideau, Indre-et-Loire, França

terça-feira, 17 de maio de 2011

ns 100%


Eu sei exatamente que música você está escutando enquanto finge que quer o mundo. Digo que não me importa, pressuponho demais, lido com meus pensamentos seus.

Sinto que todas as intimidades estão ao meu alcance, enquanto um momento pessoal desencadeia tantos outros, estarei ali todos os seus dias, no mesmo lugar que sentou pra pensar da ultima vez, recobrando alguma consciência.

Existe uma espécie de vivência paralela, parece que estou vivendo muitas realidades ao mesmo tempo, sempre presente apenas certa porcentagem em cada momento diferente simultâneo. A outra parte é comum em todos os outros momentos concomitantes, ou seja, 70% é comum em todas elas ( as vezes 60, de repente.), portanto 30% é um eu verdadeiro, não consciente, cheio de fantasias que só se realizam com 90% da felicidade de quem me acompanha.

_Percebo que esses 70% é a parte que garante o poder de viver todos eles(os momentos...) ao mesmo tempo, todos os 30%. A parte "ruim" é não me entregar 100% em nenhum momento, tendo consciência de sua simultaneidade. É como um clipe, uma situação é dividida em várias telas: uma faço sanduíches pra comermos antes de sair para nossos respectivos afazeres, outra faço brigadeiro pra vermos filme ao invés de estudarmos, outra faço suco de todas as frutas do mundo pra nós bebermos rindo antes de irmos a praia. Na outra cena faz comida pra nós (do nada, viro nós) comermos em uma mesa redonda. Em outra estou desenhando na parede de uma casa que não é minha, enquanto faço comida. Outra estou deitada enquanto diz eu te amo repetidas vezes. Outra cena o 'te amo' é dito com o rosto escondido, outra com resistência.

_Perceba que em todos os momentos vivo também outra pessoa, ou seja, essa coisa de não estar 100% ali é meio relativa, já que ninguém percebe, só os que querem arranjar um motivo pra fugir sem dizer que não aguentam e me decepcionar.

Mas que mal faz? Por que não poderiam todas essas cenas simultâneas serem reais, se até um dia temi que fossem sonhos? Me refiro ao que é melhor não dizer.
Tiro do começo das frases todos os "eus", como
eu gosto, eu me refiro, eu me dou conta, eu me assusto, eu acho, eu tenho, eu sou. Fica feio na norma culta.

Então sonhei que estávamos no meu primeiro colégio primário, misturado com o seu primeiro colégio primário.
Sonhei que a distância que percorria até meu destino colegial era enorme enquanto hoje posso ir andando até mesmo no perigo da noite e perder só 4 minutinhos, isto é, até viver a emoção de pegar um ônibus, ter um "registro de pessoa civil", é assim?
Bem, mas você já não estava mais quando o caminho de volta foi se tornando cada vez mais longo. (milvezes)

Enfim, finalmente não haviam cúmplices, admirei o mundo, percebi pouca movimentação dos traumas.
É engraçado, o que seria um terrível pesadelo, vejo como uma emoção tão pessoal e íntima agora,100% estável.

Ok, vou parar de dizer que o 100% é relativo só porque não sei decepcionar dizendo que não aguento.

domingo, 20 de março de 2011

Abismo cercado




No mundo grosseiro existe uma intensidade que se renova, mas não deixa
de ser um maldito círculo, e por que não dizer "Circo"? Aberrações,
sons que fazem seu fígado tremer, dias testados em um laboratório falsário,
imagens distorcidas de coisas ao contrário, herois e vilões de mentira, bichos escravizados (...) e ainda sim pagamos pra ver tudo isso, mesmo caro - mesmo sabendo que nos atrasará. É divertido fazer parte de um circo, assistir palhaços e, enfim, eles não tem uma vida - e é nós que a forjamos. Agora é uma condição para continuar indo e vindo sem atraso no que agora parece exterior, mas
sempre será um interior esquecido, desconhecido - um inconsciente que ninguém
quer ser pontual...
A intensidade não é grossa, a intensidade depende da entrega. A entrega
é tão fácil se não misturamos com nossos propósitos... E é tão difícil nos entregar a nós mesmos, admitir o mundo sem nos distanciar ou conseguindo desatar tantos nós, como é difícil fechar os olhos se andamos em uma corda suspensa no céu, meu Deus, quando vamos nos libertar até das metáforas?

O sutil é uma sensação, a ternura é um estágio da liberdade pouco explorado.
Preferimos explorar a liberdade de outras formas, marginalmente, imitando
uma democracia ilusória até desgostar da realidade.

A continuidade não existe, os pedaços quebrados se estilhaçam, que
sentido fará o que não existirá daqui a 20 anos?
A existência não é uma piada, mas mesmo assim é de mau gosto, solvida
em crenças que no final das contas são apenas uma insegurança agindo como
um camaleão, só não indefeso por isso. 

Consigo perceber algumas coisas agora e assim outras vão pra casa do caralho,
logo sou apenas um sonho que teme nunca virar realidade.






quarta-feira, 2 de março de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre os sonhos



(Salvador Dali, “Sonho Causado Pelo Vôo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar”)


Talvez nem todos saibam que a interpretação profunda dos sonhos não pode ser feita por sites que generalizam, já que cada um tem seu esquema mental. 
Para não me alongar demais, posto aqui um texto resumido muito bom sobre
a interpretação dos sonhos através dos tempos, em especial na visão de Freud e Jung. Claro que além deles há muitos especialistas, na contemporaneidade 
podemos encontrar mais ligados na parapsicologia e os temas espiritualistas 
que sempre foram fonte de interpretações, seja por análise antropológica ou 
mesmo da metafísica, mas no caso achei mais propício de dois ícones do assunto.

Bem, eis o texto:

''
O que é a interpretação do significado dos sonhos
A interpretação dos sonhos é um processo para atribuir significado a eles. Em muitas sociedades ancestrais --- como o Egito e Grécia --- os sonhos eram considerados uma comunicação sobrenatural ou significado de intervenção divina. Segundo tais sociedades ancestrais, pessoas com certos poderes poderiam decifrar o significado dos sonhos. Em tempos modernos, várias escolar de psicologia oferecem teorias para decifrar o significado dos sonhos.

História da interpretação do significado dos sonhos
Os gregos ancestrais construíam templos que chamavam Asclepieions, onde pessoas doentes eram mandadas para ser curadas. Eles acreditavam que a cura poderia ser feita através da graça divina ao encubar sonhos dentro do confinamento dos templos. Os sonhos também eram considerados de significado profético por videntes de particular importância. No Egito Antigo, sacerdotes também atuavam na interpretação do significado dos sonhos. Hieróglifos descrevendo sonhos e a interpretação do seus significados são evidentes. Os sonhos têm recebido considerável importância através da história pela maioria da culturas.


No mundo ocidental, o primeiro grande trabalho de interpretação do significado dos sonhos foi o Oneirocritica, escrito por Artemidorus no segundo século, o qual interpretou o significado de muitos temas de sonhos. No século nono "Sobre as Causas dos Sonhos", de al-Farabi (conhecido como Alpharabius no ocidente), foi o primeiro trabalho a claramente distinguir entre a natureza e causa dos sonhos e sua interpretação. Em tempos modernos a interpretação dos sonhos foi levada como parte da psicanálise no final do século 19. O conteúdo dos sonhos foi analisado para revelar o significado latente da psique da pessoa. Um dos trabalhos sobre esse tema foi "A Interpretação dos Sonhos" de Sigmund Freud.

Freud e a interpretação do significado dos sonhos

Foi no seu livro "A Interpretação dos Sonhos", publicado primeiramente em 1899 (mas datado 1900), que Sigmund Freud argumentou que a fundação do conteúdo dos sonhos é de satisfação de desejos, e que sua instigação é sempre encontrada em eventos do dia que o precedeu. Freud defendia que, no caso de uma criança muito nova, isso poderia facilmente ser visto, uma vez que os sonhos destas quase diretamente representavam a satisfação de desejos que despertavam no dia anterior. Porém, em adultos a situação é mais complicada. Neles os sonhos seriam sujeitos a distorções, com o sentido manifesto (a fachada) e o sentido latente (o significado) presente no inconsciente. Como resultado dessa distorção e disfarce, o significado real do sonho ficaria oculto: a pessoa não é mais capaz de reconhecer o significado verdadeiro do seu sonho. 

Freud listou as operações de distorção que seriam aplicadas para reprimir que os desejos se formassem nos sonhos como recordáveis. Por causa dessas distorções, o conteúdo manifesto dos sonhos diferia tanto do sentido latente que poderia ser alcançado através da análise. Essas operações incluiriam:
* Condensação - O objeto do sonho suporta várias associações e idéias, desta forma os sonhos são breves e lacônicos em comparação com a riqueza dos pensamentos.
* Deslocamento - Um objeto do sonho de significado emocional é separado do seu objeto ou conteúdo real e ligado a um completamente diferente que não levante suspeitas para censura.
* Representação - O pensamento é traduzido em imagens visuais.
* Simbolismo - Um símbolo substitui uma ação, pessoa ou idéia.

A essas operações pode-se adicionar a "elaboração secundária", que é o resultado da tendência natural da pessoa dar algum tipo de sentido ou história ao que recordou do conteúdo manifesto no sonho.
Freud considerava que a experiência de pesadelos eram resultado de falhas na elaboração do sonho, de modo a não contradizer sua teoria de satisfação de desejos. Sonhos traumáticos (os quais meramente repetiam experiência traumática) eram admitidos como exceções à teoria.


Jung e a interpretação do significado dos sonhos

Jung acreditava que a noção de Freud, de que os sonhos representavam desejos não atendidos, era simplista. Jung era convicto de que os espoco da interpretação do significado dos sonhos era maior, refletindo a riqueza e complexidade de todo o inconsciente, tanto pessoal como coletivo. Jung acreditava que a psique era um organismo auto-regulatório no qual as atitudes conscientes eram provavelmente compensadas nos sonhos pelo inconsciente.
Jung acreditava que arquétipos como o animus (força masculina na mulher), anima (força feminina no homem), a sombra, entre outros, se manifestavam nos sonhos como símbolos ou figuras. Tais figuras poderiam tomar forma como um homem velho, jovem donzela ou aranha gigante. Cada um representaria uma atitude inconsciente que era escondida do pensamento consciente. Embora parte integral da psique do indivíduo, essas manifestações eram em grande parte autônomas e percebidas pela pessoa sonhando como personagens externos. Jung defendia que os sonhos não eram quebra-cabeças inventados pelo inconsciente para se decifrar, de modo que a efeitos causais "verdadeiros" fossem extraídos.    "




segunda-feira, 6 de outubro de 2008

pinéu

Olha o hoje: ele ainda é escuro e talvez chova cólera nessa madrugada. Talvez você não entenda, mas talvez não seja mesmo pra entender aqui e agora.
As palavras precisam ser vistas como vislumbre do que sentimos. O que passamos é de certo menos que isso. Os únicos que sabem o que se passa são os que desejam passar, cientes de sua única forma de evolução.
Não fiz compreender, eu sei, mas quando não é de repente eu não sei dizer o que é melhor para o entendimento. Então é melhor nem tentar. É?

Eu passei dois séculos procurando alguma coisa que eu achei só pela metade, e a metade não é o que eu quero, por que o que eu sinto não é pela metade. Mas muita gente encontrou em mim metade só e achou que era inteiro - tão inteiro quanto o verdadeiro sentimento. Mas não era e nem nunca será. Não me importo com a importância que todos, achando serem peças de um quebra cabeça.
Me iludo sim, me iludo por que meu inteiro não é meu.
De quem ou aonde serei meu inteiro eu não sei, já tive vislumbres e por isso não estou perdida como parece, batendo cabeça por aí ou tentando ocupar meu tempo com o ócio da arte. Talvez faça isso por que... O ócio dá vazão à arte e sem saída não tenho recursos para procurar. Me sinto presa a estradas, mesas, despertadores.

Sinto-me presa a palavras repetidas, a bocas risonhas, a mesas, a canetas azuis, a fumaça do cigarro, o bafo de cerveja das pessoas, a música caótica sem som, ao tráfego caótico, aos gritos das brigas, as crianças se drogando, as drogas legais, as drogas do mundo banal, a estereótipos, a isqueiros perdidos, a rodas sem freio, a ruas cheias de carros, ao barulho dos carros, aos cavalos presos, aos bois e as vacas, as galinhas, aos peixes, a procura do dinheiro, e política que não se acredita mais e a democracia que não é mais política, aos dados sendo jogados, a cara e o coroa, ao fim dos filmes que não tiveram fim, ao clássico ser clássico, a religião limitada, a descrença, o fanatismo escondido em ambos, ao violão que arrebentei a corda, ao inglês, a língua, o preconceito na mistificação, as pessoas na espera de atendimento nos postos de saúde, aos olhos vermelhos pedindo dinheiro, as tangerinas estragadas, os cupins, os abutres, os sanguessugas, ao bem que é mal e o bom que não é tão mau, ao português acentuado, ao português antigo, ao português, a quantidade do verde, a quantidade do branco, as listras das cadeiras nas praias, ao lixo jogado na rua e a rua jogada ao esgoto, as doenças precárias, a assistência suja, a animais em notas, a promiscuidade escondida, as mentiras meio-verdades e as verdades meio mentiras, as pedras cinzas do meu primeiro colégio, ao balanço de píneo, a comprimidos revestidos azuis, verdes, beges.
Sinto-me presa como uma mosca numa teia, como uma borboleta no arame, como peixes que se debatem na rede, como pássaros na gaiola, como o ferro no imã, como aos presentes só no natal, como ouvidos no carnaval, como chocolates na páscoa, como objetos à objetividade analítica, como o subjetivo à esquerda, como direita aos direitos, como chineses, como iraquianos, como movimentos às sombras, como o Brasil no comodismo, como as idéias nas folhas que ainda não são rascunho, como a metade no inteiro e o inteiro sem metade, como as complexidades às comparações, como a vida no tempo, o sonho no sono, o sono no pesadelo, a vida na morte, a morte na vida, a esperança ao humano, o humano ao mundo e o mundo ao humano.
Sinto-me presa nas contradições, no barulho irritante, no desregrado e no regrado, no frio e no calor.
Sinto-me presa ao dicionário, aos mapas, o tempo, a redundância, a incapacidade, a insônia e a vontade de dormir.
Porque a vida está impregnada e depende disso e o mundo depende de nós. Por que não tenho asas, não posso curar o pior, não posso pensar que não posso e as pessoas também não. A confiança não existe, eu sei, mas a perseverança pode existir na esperança e na igualdade de senso comum, ao menos.
Estou presa por que isso é uma prisão cheia de pessoas que dependem de mim e ao mesmo tempo querendo me matar. Estou presa aos meus sons, gestos, palavras, a vocês.
A liberdade é um sonho que se matou por um ideal... Esse ideal é a nossa liberdade e como a expressamos e o que sentimos.
Não sei quem fez isso e não quero saber enquanto não concertar alguma coisa, aí sim, posso tentar descobrir.
Pinéu.