Nem parece que é o final do ano. Na verdade nem em dezembro parecia ser natal. Não é um comentário qualquer, realmente sinto isso... Mas de fato é qualquer coisa pra introduzir e traduzir algo que não esteja explodindo no peito.
...Comparar aos outros finais de ano não dá certo, mas sei que novembro e dezembro já não são tão tristes como eram, e que consegui uma estabilidade emocional, como ser serena com os acontecimentos e que uma unidade não se divide.
Tantas notícias boas, algumas coisas superaram minhas expectativas esse ano, sério... Principalmente aqui no Rio de Janeiro, coisas incríveis, meu Deus, que até uma pessoa que se diz apolítica deveria reconhecer. A educação vai melhorar, sério, e já entendi essa coisa de Dilma, não tem jeito. As discrepâncias da nossa desigualdade vão continuar existindo, culpa das pessoas que continuam a perpetuá-la com sonhos sobre rodas, sobre marcas, sobre estrelas que não brilham - são apenas as pontas delas, feitas de qualquer outro material que não seja luz.
Essa coisa de que o mundo está perdido não é verdade, do mesmo jeito que
atos bondosos, atos horrendos também existem e assustam.
Na palavra cruzada caiu o seguinte: "Destruidor de ídolos". =zzz Como assim, é uma máquina? Eu achei engraçado, ficamos pensando o que era e no fim tive que ver no final da revista... Era "iconoclasta", cara, sem noção, até onde eu sei iconoclasta é o cara que não gosta de cultuar imagens e é isso aí.
Achei escrota também a definição da diferença entre"cinestesia" e "sinestesia" wikipédica. Dá uma olhadela, voce vai ter vontade de olhar mais umas vezes e não vai adiantar.
''Neste primeiro momento destacamos a existência de uma certa confusão com relação aos termos cinestesia e sinestesia, o primeiro termo refere-se ao sentido muscular, a um conjunto de sensações que nos permite a percepção dos movimentos (Michaelis, 98); o segundo termo, objeto de nosso estudo neste trabalho, refere-se a uma sensação secundária que acompanha uma percepção, ou seja, uma sensação em um lugar originária de um estímulo proveniente de um estímulo de outro (Michaelis, 1998 e Dorsch, 1976). Portanto, é importante termos em mente que o termo sinestesia empregado neste trabalho não se restringe à percepção do movimento e suas propriedades (peso e posição dos membros), mas engloba um conjunto geral de percepções e sensações interconectadas por processos sensoriais.''
Depois o cara vem falar que tudo tem a ver com a idéia do subjetivo e do objetivo, o que é coeso, só que esse paradigma é causado pela história e seu contexto vai ser óbvio até alguém vir e revolucionar isso. Sabe, estamos rodando muito rápido,tanto que não dá pra enxergar direito e ficamos confusos, assim o único jeito é rever teorias antigas.
...Faz um tempo não tenho uma sensação sinestésica e confesso que as poucas vezes que senti foram desesperadoras: algumas tem a ver com remédios, outras podem ser interpretadas pela metafísica. Estamos novamente na corda bamba entre o objetivo e subjetivo? Estamos novamente no cordão da bola preta?
E aí volto nessa coisa característica que destrói meus sonhos lindos e minhas ilusões horríveis: a desconfiança. Não que tenha a ver com o subjetivo e o objetivo, talvez se interliguem sinestesicamente (zagana), mas só tem a ver pelo cordão da bola preta, sabe, um dia de samba e outro dia você queima cartas em puro meio dia, em um sol
idiota.
Manuel Bandeira está errado, eu te digo, bastante errado e foda-se essa merda de ótica, de ângulo, de verdade relativa. Ele fala que pra sentir o amor devemos esquecer a alma, que os corpos se entendem, mas as almas não. O cara com certeza guardava um sentido pra essa afirmação, obviamente essa coisa simbólica da alma se torna uma sutileza pra ateus fervorosos, sabe, ateus com fé no ateísmo. Bem, a questão é que as almas são capazes de se entender, os corpos não, os corpos não se entendem, eles se fodem, se encaixam, movimentam, mas o que move isso tudo?
...Quero dizer que amor existe e só a alma pode compreender isso, afinal a paixão é facilmente explicada cientificamente, já o amor não e Einstein e carinhas legais abeça concordam e eu acho que são gênios sim, mas não da lâmpada.
Lembrei de um professor meu que mostrou a verdade sobre Nelson Rodrigues,
ao comentar que na realidade suas obras critícam a forma como as pessoas vêem o amor. Ele expõe uma realidade, é verdade, e eu concordo com ela e com ele, mas não mais com o professor, ele é ''iconoclasta'' demais, é um destruidor de ídolos, um psicopata, um serial killer. Mas no final todos estão ali falando de amor e tal, e pimba na gorduchinha.
Deixo de dizer, explicar, não há como. Sabe quando você sente uma coisa e não tem como prová-la? É bem diferente de quando você prova uma coisa e sente. Só que a segunda opção tem a ver com se conectar com o mundo inteiro e isso é chato, isso é fanho e um acontecimento fanho é muito escroto, um dia você terá um e assim entenderá. Pior que acontecimento fanho é acontecimento nu, cru, uma delícia de acontecido e assim mesmo é ''pior'' e o pior é libertador, uma verdade que te consome, você vomita verdades e limpa depois, e aí fica com vontade de vomitar de novo e perde o sentido da porra toda. Então, tudo isso é pra dizer que a verdade dói, mas cura, cura muito.
Eu agradeço todas os momentos maravilhosos de um ano inesquecível com pessoas
inesquecíveis e aperto as patinhas do dragão marinho que solta fogo. Por quê? Porque ele é foda, ele mostra que contos de fadas são machistas e que as fadas são racistas sim e muito. Mas essas espécies existem em um mundo bem mais real que todas as questões culturais que você e seus amigos e familiares seguem ridiculamente a risca, todas essas pequenezas sobre comportamento, rótulos, meu Deus.
E eu fico com raiva, caralho, tomar no cú, pro inferno essa porra toda,
nego é chato pacaralho, porra, por que diabo é difícil só calar a porra da boca?
As pessoas são extremamente insensíveis, puta que pariu. E ainda acham que insensibilidade é falar palavrão, que amor é casar e que omitir é diferente de mentir. Se isso é ter a cabeça no lugar, eu quero mais é andar sem cabeça por aí,
e que se dane se alguém vai achar horrendo. Horrível é não se preocupar, não se colocar no lugar das pessoas. Isso é horrível.
Bem,
Nem parece que é o final desse texto.. Na verdade nem o começo parecia tão começo e esse é um comentário qualquer, só pra perpetuar a tradução do que explode no peito.