"Ver as mesmas coisas, nada novo, aquilo que nunca vai mudar. Ele está bem e eu sei disso, sempre sei, sempre procuro saber. Aproxima-se o dia 28 e é isso que eu faço até hoje, é estúpido, não deixo de pensar no dia 28 um mês se quer, mas é um alívio que hoje em dia além de já conseguir muitas vezes fazer coisas no dia 28; já até ter ficado com pessoas e namorado, é ainda menos angustiante daquelas vezes que não sei que dia é mesmo, por que passo os dias como horas e horas de pensamentos, escritos, falas, sons, sono, olhares e não sei que dia é, e alguns dias quando percebi já eram 29 ou 30; e pensei: o que eu fiz dia 28?
Ainda é muito cedo do dia 28, ele não surgiu no horizonte em forma de mancha com milhões de raios luminosos criando vida, criando movimento. Ainda é a madrugada que escrevo pensativa, que acabo me desabafar do meu jeito; as angústias que não consigo falar a mim mesma, a vontade que prendo pra não precisar sofrer pelos motivos que dentro de mim brigam. "
Diário, junho, julho, 2008.