quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Simpatia é quase amor
Oba la vem ela, estou de olho nela, a noite é linda... e ela mais ainda. (Jorge Ben)
Meu bem no mínimo tem que se achar no carnaval, as tribos tão aí e se você é de todas o carnaval é todo seu. A noite é uma criança chorando fininho, querendo crescer e quando cresce, que pena, já é dia, e quando é dia, ainda é carnaval.
Ipanemear está no astral, não se passeia, se viaja. Não se dorme, cochila. E se acaso preocupar-se com o interior dizendo "chega" é só escutar direitinho: É CHEGA MAIS.
Olhos de pessoas em reencontro, olhos de pessoas que nunca mais vai ver, o nascer do sol nem chega a ser ressaca, é natureza de quem já viu tantas e tantas vezes e vale a pena, vale a pena sentir no ouvido o carinho do samba, dos seus amigos querendo mais do próprio Rio. Mas meu bem eu só procuro sair daqui para estar mais perto da onde a calma me fulmina, me atinge.
O carnaval para vagabundo carioca como aqui é antes, muito antes, e quem faz aniversário nesta época prestigia a calma interior de tudo isso, sair daqui para encontrar-se ainda mais, sentir o sol sem queimar e o abraço de quem te faz feliz só por ser feliz.
Se eu falar de agora não vou falar, só mostrar o carnaval que fulminou, como um festival de belezas relativas, de fotos dos próprios pés e sons.
Monogamia não existe e nesse tempo a gente finge que esquece que nunca existiu. . .
Outro dia li outro livro, livro escrito com linhas tortas e muitos rabiscos, outro dia sonhei com mais um dia, escrevendo mais um pouco do que virará mais uma página...
...desse amor que é quase simpatia de carnaval.
Ipanema inc. Serás viva, bem vinda.
" Em mim" - Realejo, Teatro Mágico.
(- Carolina.)
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Tem lugar na janela?
Exploded Head, Salvador Dali
Acho que o momento mais atordoante é quando se acorda. Tudo tem que se encaixar, tem que se encaixar. Da onde veio isto e isto e para onde hoje vai parar. Dor na cabeça e banho gelado para o banho gelado de dor de cabeça anterior, como mesmo?
Outro grande momento é contemplar estes momentos. Acho que afinal faz bem sentir que não é o único, aí, que acorda com dor de cabeça e montando o quebra cabeça do mundo, por sinal, nestes mesmos momentos.
Para doses de normalidade como essa, é melhor não ter pressa e com a visão desfocada, deixar para trás o estúpido que deixou o coração por alguns momentos acelerado. Por que agora é estúpido, tanto quanto comer uma barra de chocolate vulgo glicose.
Outro momento interessante de se comentar sobre o próprio estado de contemplação é que, mesmo por pouco tempo, faz o tempo parar. Ele não pára, mas parece o seguinte: parado, você foca seus olhos e lê, vê, o que for. É a beleza do sentimento, normalmente interno-pessoal, que se quer aproximar.
Fica-se tanto tempo naquele mesmo estar, sem desgrudar, pois o que há de melhor do que ver a beleza de não precisar expor, só contemplar?
Começa-se a pensar nas mudanças que o tempo acarreta como a natureza feroz que em dados momentos se traveste de destino e em outros, o acaso, nada mais.
Nada é realmente belo na mudança ou só se vê beleza quem a acolhe, entende e olha, os olhos podem brilhar outra vez, outro dia. O sorriso virá novamente e contemplarão outros, mesmo sentindo este mundo um derradeiro, as mágoas são apenas instáveis, e só. Pois está só e ninguém precisa te lembrar de nada.
E você não precisa se lembrar de nada, o relógio são suas vontades, isso vale para responsabilidades e a chamada alegria.
Devia olhar mais para o relógio e não fingir que olha, não precisa mesmo tentar precisar da vida. A graça é não precisar, a passagem é paga em prestações e é bom continuar. Pois você é dono do seu tempo e as mudanças, elas se encaixam com o que pretende, bem no fundo.
Prefiro perguntar quase afirmando, com um belo sorriso de quem ouve pássaros e arrumando o cabelo com uma mão, pois a outra ocupada
leva a bagagem essencial, corando o rosto:
Tem lugar na janela?
- Rumo à vista e aproveite, pois este é o estado mais interessante de quem, sábio, é capaz, a contemplação.
* Ce sont les mots qui existent,
ce qui n'a pas de nom n'existe pas.
Le mot lumière existe, la lumière n'existe pas. Francis Picabia.
(- Carolina.)
Realejo perdido
Acordar, sentir uma dor quase literal, aliás, literal. Um frio na barriga só de pensar e sendo assim, não querer pensar em nada. E quando tenta lembrar, acaba perdido em fragmentos, até um borrão negro tomar conta de suas memórias, como se tivessem apagado a luz.
Olhares, conversas sem particular, dores físicas, juventude que não queria estar. Mais que isso... Achar que a vida é bem mais que isso - e como faz o gênero juvenil "virtude transviada", derrama o próprio não ter da própria.
Quando abre os olhos, não têm os outros, não tem paixão nem idade, e lembra sem querer lembrar-se da falta de zelo, da sacanagem, por assim ser e dizer, mas não pensar! O pensamento vem sem palavras, incapaz de descrever-se e não sentir arder a alma se debatendo contra o mundo, dentro do corpo, que afinal, não sabe chorar.
Não tem mais o que tinha, e o que tinha não era o que queria no momento, mas ficou para saber o que havia por dentro.
Queria_s uma cor, uma dor, para acordar. Pois teve, longe demais para voltar. E existem esquinas tortas e não passos tortos aonde poderiam andar.
Em ponte cuja lava arde, queima, quer matar. Não irá procurar o que não sabe amar, não sabe como descobre e descobre quando tanto sabe tampouco pensa em sentir, caindo no valioso conceito, que se quebra e mesmo assim se bebe querendo recordar de esquecer. Se um dia leu, escreveu, torce agora a língua, dentro de si, destruindo tudo e todos, pois desmente até o que não devia, e assim, acaba sem poder reclamar, transbordar.
Só pode deter. Detenha-se até conseguir virar enfim o mar, horizonte. E o que esperar da vida sem esperar? Apenas pesadelos que atormentam, quando dorme e aguenta firme quando fecha os olhos. O que faz quando não aguenta mais um ciclo cheio de maldições, onde vivera a lenda, onde ainda sonha, (mesmo pouco) torna-se este sonho pouco, seu tudo. Um mundo paralelo, verdadeiro. O resto é submundo sujo, distância de si mesmo.
Levante-se daí. Neste mundo de desvalores, o que vale mesmo é a intenção, quando só se pretende escutar o que proclama e reclama a mente, o coração.
Ressoa.
* A obra de Rouault tem sido descrita como “o fauvismo de óculos escuros”.
A cor fauvinista levada à profundidades emocionais e psicológicas, em a prostituta no espelho.
(expressionismofrancês.jpg)
(- Carolina.)
sábado, 26 de janeiro de 2008
Marca invisível
Havia cheirado com seu amigo tudo que tinha para cheirar naquele dia e mais. Lembrava sua família destruída e a do amigo pobre de alma, pois afinal, fora pobre a vida toda e vivera desta forma e não aparentava querer outra coisa se não uma vida fácil da qual podia roubar quem não, aparentemente, precisava tanto quanto ele achava que precisava ainda. Precisava de alma, recheada de trauma e de um ego preso por sua própria inveja de uma vida feliz.
Afinal, o que é felicidade... se não o que sente por poucos momentos quando se droga, essa felicidade ilusória, alegria denominada de vários aspectos.
Não se lê e não se vê por aí, e se vê não se sabe sentir, pouco entende já que nunca tendo visto acredita apenas que o tangível é o próprio torpor: material morto de sí mesmo que se compra, vende, rouba e prossegue o ego que equivale a vida turva.
Mais um dia como os outros e entre detalhes que já todos conhecemos e alguns sentem a revolta, (outros o próprio fracasso da vida de uma mãe, um pai, um alcoólatra, um drogado) escuta-se o que foi mais um dia e mesmo assim não foi igual a todos os outros.
Chega em um beco escuro para ver todo o material roubado e dentre eles o que mais parecia ser recheado de fonte de dinheiro, não havia mais que livros de um sebo e resquícios de vida de quem vai para outro caminho.
Seu amigo morre e nada sobra, ou talvez no mesmo caso os próprios são roubados ou o próprio amigo lhe rouba, posto que nesta vida nada é real; apenas a certeza das ilusões, a confiança não existe; cai.
Hei, fique com os livros. E se vai. Parado olha aflito, sem drogas, sem felicidade, boca crispada. Não sabe chorar e não quer lembrar-se de nada. Para e vê quem poderia ser e quem poderia, maldito, só lê. O que será, alguém assim, vê graça nisso? Dentro tem dinheiro, não pode ser. E abre, um por um. Nada vê. Pouco entende, e talvez, em uma lenda ele vá ler, só para um texto tornar-se mais belo sobre a sociedade, talvez para uma estória tornar-se melhor, talvez fosse o mínimo e o máximo.
Olhos vermelhos percorrem por palavras e outras que lhe dizem alguma coisa. Talvez. Talvez estejam futuramente em um córrego morto e ensanguentado. Isso divide poucas letras , do pó. Isso divide o próprio interior que descobre-se e o mundo exterior que quer descobrir e acaba morrendo aos poucos.
Um dia, no mesmo córrego, um esgoto estourado e mais uma vida inundada de rancor moram-se ao lado, alguém que um dia ironicamente leu o que devia e fez-se vida o seu morrer constante. E devolveu tudo que fez.
Poderia aqui citar todo o tipo de contravenção boca-boca para a sociedade. "A política prefere", "O mundo está perdido mesmo ", " Bote uma bomba", ou as que demore um monólogo que seja, dentre muitas soluções pouco razoáveis ou muito drásticas entre poucas outras acomodações para serem ditas. Salvem-se quem puder, a crítica acomodada pela arte.
Meio de comunicação infalível para quem sente e faz sentir, quem não pode se salvar, afinal, quem não se salva são eles e quem pode, quem é?
Não somos um, como já foi dito e nada é como se vê, apenas quando conseguimos ver além.
O outro foi morto, era apenas mais um homem novo, morto em bala perdida na comunidade, olha vejam só por que isso não sai no jornal e por que quando outro morre acaba por sair.
Tudo torna-se relativo e mesmo assim o bonitinho ali insiste em dizer que certa massa é injustiçada. E o outro: injustiçado comete injustiça. E violência gera violência. E aonde e onde tudo isso começou nos remete à tanto e pouco, pouco demais para nos convencer que ampara aquelas próprias pessoas. Existe um segundo, apenas, que faça um raio-x do coração?
Meta-me a porrada, alguém que não amo que diz que não me ama.
Deixe-me olhar pros seus olhos enquanto você deixa em mim sua angústia de vida, seu ego que te impele e sua falta de medo.
Enquanto chuta minha costela receio que te faças acreditar nos meus olhos contentes, é comigo que você vai encontrar sua fé.
A fé que não tem em si nem em sua alma.
- Rufino Tamayo,
Tres Personajes, 1970.
A verdade é à força dos braços, a nostalgia da dor e a procura do mundo, se encontrar, o exterior é tudo que nunca vai ser, pois ninguém, no fundo, é essa massa sangrenta e ninguém quer ser. Ninguém poderia, entre a comum vontade, a força interior que hes angustia não ter é a mesma que bate até conseguir tirar pra si. Salvo à regra de quem nos olhos vê-se, lê-se a força, paz e vive, quem não vive além de poucos que escrevem?
“Talvez. “
Talvez esteja à luz do fusco-fusco à ler sobre um mundo novo que não terá ou... alguém...
Talvez. Alguém talvez irá fazer.
Nenhum bom ato é pequeno, nenhuma leitura é inútil;
O bom nunca é tão relativo que não possa sentir.
E o resto é o que não presta, se não, para converter, ler como tragédia, mais uma a se horrorizar a classe média ou rica no jornal. E quem de lá vai dizer que não viu?
E quem vai ler e ver além? E aonde vai parar?
Tudo e nada.
"Defesa essa,
que é vontade de morrer "
Pode levar qualquer coisa e fazer qualquer coisa. Podem levar tudo seu e fazer qualquer coisa. Mas nunca será quem não é e terá amor. Mas nunca levarão o que é e o amor de quem te ama.
(- Carolina.)
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Auto
Esquece-se de idéias sobre ternura e sobre amargura e se permite fazer piadas com desgraças, que agora, nada mais são, que impulsos da vida.
É complicado até dizer "às vezes". É complicado até dizer que está com frio. Tudo é psicológico e tudo é simples ao mesmo tempo, a complicação vem do ângulo que se esta vendo.
Então como sempre, existe o relativo. E se ele não existisse, nunca existiriam os nossos complexos; que chamamos de ser "complexo".
Para o mundo, ela (e) era a doença ou era a cura. Era a beleza dos risos e ao mesmo tempo do: "por que ri, e se não amargo, por que doce agora? "
Quis responder-se mais do que um dia quis que o mundo o demonstrasse, e aí sim, o mundo lhe mostrou. Normal, não é? Típico dos que dizem que nunca acharam o amor quando o procuravam... E sim, quando nem esperavam por ele.
Também não é normal não. Tudo é mentirinha, cada caso é um caso e vamos lá falar em demasia e tirar ou dissecar a simplicidade das coisas como de praxe.
Ainda sim, a simplicidade das coisas pode vir a ser o tesouro maior delas...
Eis que permite enxergar que ouro é ouro por que não quebra, brilha sempre e nos permite, assim, lapidar... E, ora bolas, muitas brigas, de fato. As analogias deste podem corresponder a muitas coisas, depende de quem lê. Pessoalmente não digo nada mais dramático do que já disse ou já foi dito.
E se um dia disser, será de remeter-me ao crepúsculo. Até por que de nada adianta tudo sem o subjetivo. Cabalistas que o digam. A bíblia é muito ao pé da letra, não é? Seja subjetivo.
Quando escuta, quando fala, quando come queijo minas e quando deixa de comer.
Eis que é subjetivo quando descasca laranja, quando dá um beijo. Seja muito subjetivo ao beijar, se não nunca saberá fazê-lo. Ou nunca será realmente feliz.
E a felicidade, o que é dentro deste mundo? E o mundo não é uma cadeia, ou é, visto pelo ecossistema, mas... Tirando essas psceudobjetivas e ao mesmo tempo subjetivas, veja bem: ecossistema de falhas, de erros, de tentativas, precisa-se do outro e ao mesmo tempo mata-se, por precisar também. Em muitos casos fatais e outros problemas sócio-políticos, problemas "irremediáveis" ( nada que seja chato e sim que deva ser dito, explorado demasiadamente não só por ele, por elas, por telefone ou em mesa de bar fumando, etc. etc.)
Mas enfim, se for falar, demorarei muito mais. Portanto, continuando:
A felicidade, queria este expor, que só está dentro de nós. Muitos ajudam, mas se equilibrar em pessoas é falta de equilíbrio em sua própria “coluna vertebral psicológica”. E em religião, em sorvete, em cigarro, drogas. Drogas que podem chamar-se relacionamentos, compulsões em si, e auto-flagelamentos inesperados.
Mas oras, somos seres complexos, precisamos de coisas imbecis! Nãão, Mesmo assim, somos felizes, feitos para isso, exatamente isso.
Ser feliz e não desencadear discórdia, tentar ser veículo e ainda sim, ter equilíbrio. Não somos deuses, não somos anjos, não somos o Demo.
Eis que ele pensa que é um anjo, ora pois, nada faz para o mal. Mas tudo é relativo. O mal, o bom e principalmente quem nada faz.
Você, parado simplesmente, é o que chamam de: " esse povo que não faz nada" . " Esse povo de merda, acomodado". Você é uma estatística, uma fofoca, uma espécie que não esta em evolução. Esteja, por favor, é o mínimo e o máximo. Eis que não ligue para o que dizem, é o melhor, os que dizem são as piores estatísticas de fato, o que fazem é manipular verdades, como jornalistas de revistinha. Porém, todos de mal grado, com inveja na ponta da língua ou etc. e tal. Eis que é melhor seguir os seus fatos, aqueles que dentro de si gritam: Eu sou feliz assim, assim, assim.
Normalmente se você perguntar-se o que te faz feliz com clareza, terá resposta positiva. Positiva no sentido de: nada destrutivo para si mesmo nem para o mundo. A felicidade é uma fonte pura, quando a consegue, não se precisa de intermediários ilusórios.
E isso é até objetivo, a clareza é subjetiva quando se precisa de paz para isto.
E vamos lá: Como alguém tem paz para parar um tempo, “meditar” do seu modo e perguntar-se: “ o que me faz realmente bem, de fato?”, neste mundo? Se tiver este tempo, pergunte-se. E se não tiver, pergunte-se por que não têm, e verá que não está bem. E por que fazer coisas imbecis se você têm paz para alimentar seus sonhos?
Bom, algum começo.
Todos são capazes. Mas não de julgar. Recrio esta mesma frase de inúmeras formas, pois tenho calado mil formas de fazer o mundo feliz, e ainda sim, infeliz, ao desequilibrá-lo. Então melhor é transmitir tudo pouco à pouco. Cada um só entende o que precisa naquele momento e o melhor é tentar entender: o que precisa, o que o outro precisa e como repassar isto.
É fácil repassar de certo em arte, em música, em escrita.
A música é transmissão. Poucos os que vêem ainda como forma de fazer tocar a alma, fazer valer a pena os momentos mais do que fama, competição, etc. Mesmo assim, ainda é relativo. Mas ainda sim consegue-se perceber o agrado da vida em melodias perfeitas. Perfeitas, pois têm a capacidade de repassar um momento, um timbre de vida e tirar uma lágrima de si, de nós, de emoção - emoção é transbordar. Quem escuta, sente o que um dia sentiu quando escutou ou marcou. Outros, sentem a música, a vida. A amplitude dela se espalhar em cada canto.
Escutar com subjetividade é filosofia? Kant que o diga: o essencial é filosofar com tudo. Um dia eu prometo citar Platão, seria histórico.
Mas enfim, só escute e vá além, pois música é mais que tudo isso, música transforma pessoas, evolui. Não usamos economia nela e algumas vezes tudo é bem vindo. Quem faz, gosta de verdade e têm-se um paradoxo.
Como a pintura e suas adjacentes: vemos como cremos. É a coisa mais interessante saber o que cada um vê. Entender por quê Dora Maria vê um arco íris em um poço ou Mario (Sim, aquele Mario) vê uma grinalda em uma cachoeira. Acho que muita gente perde tempo com pequenezas, imagine se fizessem coisas realmente gostosas como essa... É uma soma fazer, entender algo. Entender o que cada um vê, também é multiplicar-se.
Ao mesmo tempo quem não gosta, que faça a própria arte, pois que diabo, não precisa saber fazer, somos a própria e a transmitimos, já nascemos sabendo. Incrível quem pára e pensa: 'Isso não está bom, não está legal, preciso de um momento, mais imaginação!"
A arte não se esgota como dinheiro se esgota. Faça isso, depois outro. Depois outro...
A arte continua em tudo, palavras, desenhos, pinturas, coisas que só você vê, fotos e gravuras sem pé nem cabeça pra uns, é o seu corpo e sua mente ali, que tudo vê. Um rabisco pode ser mais e uma paisagem morta pode dar vida a um poema sem fim.
A de se ver em cada um, a tristeza e a felicidade e tudo que existe de intermediário de ambos, e até palavras nunca vistas no dicionário e pinturas nunca feitas. Dentro de sí mesmo cada um guarda uma riqueza grandiosa, que é possível com olhos sensíveis, ver. E outras vezes, é possível até entender, outras encantar-se, outras descartar para aprender outras formas. O jeito e a forma de cada um em si já é pura em arte (e bela) e como tal pessoa transmite, dá vida a um desenho, à sua própria imagem.
Ver tudo isso é ter clareza, mesmo na obscuridade de muitos e muitos casos. Ganhar tempo com isto e fazer algo para isso é a melhor forma. O trabalho que vejo na psicologia é único para quem consegue ver a subjetividade de tudo isso, e com isso, ajudar mais, reunir mais. Não é a mulher da zona sul que vai ao analista. Mas quem disse que ela, só por ser rica, também não precisa? E os mais pobres, e quem têm tantos " traumas" por céus, pouco pensam, trabalham apenas e esta sim é sua terapia!. Mas quem disse que vivem plenamente? Quem disse que não estão a causar traumas também? Quem disse que ninguém se magoa?
Eis que é melhor conectar-se com o fator: HUMANO. Todos somos, todos precisamos de certos aspectos. Cada um tem uma área mais desenvolvida dentro de si e, é bom sentir alguém desenvolvendo coisas não destrutivas, coisas que só irão amenizar problemas e, por que não construir um mundo assim?
A ciência cresce mais e mais e cada dia mais pessoas sentem-se perdidas em si próprias. A verdade é que se formos falar de métodos não encontraremos soluções divinas de contos de fadas e mesmo se encontrarmos para uns não será um agrado... Mas, o objetivo comum de todos é sentir-se feliz. E encontrar a felicidade é conectar-se a ela. E nesta historinha não tem como não ser “parcialmente” subjetivo. E o maior veículo é a arte e tudo que existe por trás dela, pois afinal, tudo é e tudo transforma. E precisa-se disto.
Hoje quis ele fazer uma ponte consigo e com o mundo. Hoje quis estar sem rédeas. Hoje quis estar em paz. E esteve, ora, pois, o que tem mais a ver com querer do que fazer? O poder é autocrítico, apenas.
É pensando que se aprende mais e lendo mais que se aprende a criticar mais, pois nada se pode crer apenas por estar publicado. E ao mesmo tempo existe um mundo de coisas para alimentar-se por aí. Difícil é não querer doce de maracujá, mas não impossível, acomodar-se é que é desagradável neste mundo, certo?
Eis que ele quis simplesmente sentar e desenhar em cima de rabiscos.
domingo, 13 de janeiro de 2008
Diaria
Do mesmo jeito queremos apagar outras, provavelmente. Mais aproximadamente não apagar da memória e sim simplesmente não ter feito. Até andei pensando: Isso iria contra a lei do: "admitir que existiu naquele momento".
Eu existi, ué. Muitas vezes vivi, outras existi, outras assisti - confesso que poucas, já que sonho, já que confesso, já que uso a parapsicologia, já que intermedio, já que não sou mais garotinha afinal, e o fato de não ser invisível também ajuda.
Me permitiria viver, então, como não sempre porém sempre. Já que as vezes o pensado é: "sempre sou" " nunca sou". Mentira, somos o de repente e isso é o sempre, como de praxe, volto a inconstância. A tal que não consigo relevar. Como relevar a instabilidade?
Vi que sofrer é coisa para estáveis. Ser feliz é coisa para sábios, oras, não necessariamente só monges e, assim, não todos eles também.
Humano é humano, dane-se se ele fala 4 línguas, dane-se se ele é mais alto, dane-se se ele é futebol arte ou já leu tudo de shakespeare, ele no mínimo é um paradoxo. Todos acabamos por ser.
Acabo pensando que tudo que digo tenho um cunho analítico de vida, como se ela estivesse rodando, aquele filme acontecendo, meus momentos sendo vistos como quando sonho e ora me pergunto - Por que não? - E acabo em soluçar o por que sim?
Pensamentos dão voltas em roupas, pés no chão e nuvens, como sempre, formatos e conversas pro ar, alimentando a parte cítrica do filme que roda, aumentando a parte ácida das auto-críticas sórdidas e deixando gosto de comida que eu mesma fiz, na medida que a vida modelou pra mim. Uma mistura que me apanha despercebida, quase sempre, como aqueles beijos que paramos pra pensar. Afinal, quando muito queremos ou esperamos, ou pensamos ou logo beijamos. Afinal não tem regra, já lembro nos meus 12 anos pensando em como se beija. Sabia o meu jeito, mesmo assim. Mas mesmo assim não sei explicar, teoricamente. Nada têm como explicar teoricamente com essa verdade. E sempre acreditei que existem momentos muito maiores que outros,
sem ao menos têr as mesmas coisas, em seu lugar romântico. Até por que eu descarto o romantismo, jogo-o fora no lixo. Charlatão, ignorante e nada interessante.
Foto, vídeo. Os sonhos ainda são filmes em nossas cabeças, como nossas próprias vidas em outras épocas. Quem nunca quis ter um filme de sua vida ou um livro da própria? E é complicado escrever no diário todos os dias as mesmas, exatamente as mesmas coisas que aconteceram.
Ainda mais quando chega-se cansado, ainda mais quando não tem a mesma alma ali, rondando... fora que é interessante, como em um filme, como muitas vezes nossa vida se torna: Outra vida. Em diários é nossa visão e nossas feridas, em um filme, logo, encara-se o continuar de metades, outras metades e torna-se mais ainda infinita. Já é, por assim acreditar, por não ser burra, simplesmente. Como a mente pode morrer? Bom, não vou entrar em outros aspectos. Ainda estou no aspecto que condiz o filme sobre a vida. Pensei agora que não seria
bom um filme de outra pessoa que eu aparecesse, isto é, seria lindo, bonito, mas, não poderia mostrar a frieza estampada, não seria legal. Eu sei, eu sei, o mesmo que dizem sobre não adivinharmos pensamentos. Mas eu sou a favor, gosto de não ilusão. Odeio machucar, mas
já faço por fazer, então é vocação, não lazer, lazer é fazer feliz e isto é regra, é intermédio para viver.
Falando nisso e em outras coisas, lembro que preciso comprar meu diário para 2008, ainda não comprei e muito quero anotar aquele pôr do sol, só em fotos não têm o cheiro do mar, a reação, e como eu corri do frio e o deixei lá. Ainda não tem eu tirando fotos de pessoas descascando,
nem naquela janela clássica, que ria, e que os momentos foram mais engraçados. Nem daquele que pareço me apaixonar a cada lembrança, e que é uma grande bobeira, pois não sinto absolutamente nada, mas de fato seu sotaque que repetia " tu me encantas." não me sai da cabeça e me alcança nas alturas, quando lá estou a esquecer de tudo e renovar meus dias. Como todos que renovam-se, por serem também noites, e por ainda terem tempo, muito tempo e sede. Que sede! É o calor. Exatamente por isso, preciso comprar meu diário!
(- Carolina.)
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Elucidação inicial.
No céu existem algodões, é tão bonito.
No chão, existem pessoas sorrindo por lá. É melhor ainda. Sentir pessoas se encantando com sua felicidade e você mais ainda com as dela. O sorriso da criança, das estrelas e da bonança quando vem com o sol. Sem falar no mergulho! Que mergulho!
Mergulhar na própria vida sozinha, é curtir suas próprias propriedades, valorizando as marcas que fazem sorrir e que ficam na alma e não na pele (como socos, tatuagens e beijos).
Dentro de mim existe o zelo, a vontade de estar neste mundo no timbre certo e altura certa, independente das alturas deste chão que piso, ou longe, muito longe daqui. Me interiorizar e fugir de tudo que me permeia falsidade é mergulhar nas verdades que, mesmo me fazendo pedrinha algumas vezes, me libertam para fazer sorrir. E mesmo se não sorrir para todo o sempre, estarei ao meu lado, contando. Cantando. Ouvindo. Sem o vento gélido.
Escutei até o coração bater mais forte, talvez fosse realmente sensível, aquele. Talvez não quisesse nem chegar, para não deixar de sentir, me sentir esperança daquilo sempre ali. Até corri para escrever rastros, sério.
Até vi as ondas escuras e fechamos os olhos. Um caminho paralelo.
Não que ali mergulhei, só mergulhei em mim, e já basta, posto o grito, tremido, já basta.
Agora recomeça, recomeço, como sempre, como já sempre imaginava e disse.
Antes disso, tudo premeditado, meu coração parece calcular e tenho no meu verso as respostas, deveras sem vê-las, posto o paralelo mundo que não existe.
Que existe algodão, chuva e suspiro. Comida também.
Nem vi a lua, nem luz.
Mas o gosto daquele era melhor que do mesmo lugar e, que coisa, afastava um cabelo e um carinho me fazia curar. Curar é a melhor parte (ou deveria ser) de amar.
O amor para mim é outra história.
E não é história, na verdade. E não é modo de dizer.
Amor é lenda pra uns. Pra uns a lenda é amor. Pra outros, livro. Música.
...Absurdo aquela dor que fiz, óh, absurdas dores me fiz!.
Já pedi desculpa aquele, outras vezes, dei-me outra parte de vida, outros casos, antes dei a vida.
Gritar para se auto destruir é já não saber mais quanto tempo se vê com os próprios olhos.
Agora sei, posso ver, devia ter visto. Mas pude mergulhar no meu mundo, portas frias me deixaram sem ar, sem me ouvir bater, mas quis viver, sem medo ou vergonha, de respirar.
De existir.
Se minha alma falasse, mas não fala.
Nunca falou, mesmo assim, se um dia pôde e pode encantar, mais do que meus olhos a chorar sorrisos, posso estar errada para o mundo, prefiro obedecer os probérbios. Prefiro desobedecer os critérios. Prefiro ser cabalista, nadar pra lá e pra cá, prefiro ver desenhos nas nuvens, ensinar meia dúzia, me preocupar com outras pessoas, mais 4 do que 1, se comunicar com olhos e andar, andar, andar, até chegar aonde eu nunca cheguei; e quem quer que seja, nunca será quem eu quero que seja. E quem quer que eu encontre, eu posso ver diamante nos olhos, se puder ser o mesmo.
E quem é capaz de sorrir, capaz de estar com alguém em qualquer lugar e preferir este em qualquer circunstância? E, quem, será capaz de entender-se o bastante para me entender? E quem será alguém? E quem, quem, quem, irá falar sobre tudo?
Na chuva, nas flores;
Dane-se as palavras, surpreender-se, surpreenderia-me a paz.
" Quero levar-te para o céu, irradiarmo-nos em todo lugar"
Um não competir, um se amar ...
Um carinho eterno de participar...
Que não tem cura, como a mim mesma, a espera. Sempre! E me comete, de repente, não mais que assim, como sempre, sorrisos plácitos, nuvens rápidas e gostos eternos.
E nem o fim, penso eu, nem ele. Nunca houve. Só existiu um começo. Que nunca existiu fim. Este, nunca terá.
"C a ro li n a é uma me ni na bem d i fi ci l de se en ten der
an da bo n i ta e u mbrilho no olhar "
"Como mais um Souvenir, junto uma guimba e uns utensilios"