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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Auto


(Vladimir Kush)

Hoje quis ele fazer uma ponte consigo próprio, quis saber o que sentia para expor. E logo expõe aos montes, e grita, quando descobre-se debruçado em seus sonhos. Pensa se alguns têm o poder de fazer flores desabrocharem dentro de si, mesmo quando a flora intestinal não vai tão bem assim.
Esquece-se de idéias sobre ternura e sobre amargura e se permite fazer piadas com desgraças, que agora, nada mais são, que impulsos da vida.

É complicado até dizer "às vezes". É complicado até dizer que está com frio. Tudo é psicológico e tudo é simples ao mesmo tempo, a complicação vem do ângulo que se esta vendo.
Então como sempre, existe o relativo. E se ele não existisse, nunca existiriam os nossos complexos; que chamamos de ser "complexo".
Para o mundo, ela (e) era a doença ou era a cura. Era a beleza dos risos e ao mesmo tempo do: "por que ri, e se não amargo, por que doce agora? "

Quis responder-se mais do que um dia quis que o mundo o demonstrasse, e aí sim, o mundo lhe mostrou. Normal, não é? Típico dos que dizem que nunca acharam o amor quando o procuravam... E sim, quando nem esperavam por ele.
Também não é normal não. Tudo é mentirinha, cada caso é um caso e vamos lá falar em demasia e tirar ou dissecar a simplicidade das coisas como de praxe.
Ainda sim, a simplicidade das coisas pode vir a ser o tesouro maior delas...

Eis que permite enxergar que ouro é ouro por que não quebra, brilha sempre e nos permite, assim, lapidar... E, ora bolas, muitas brigas, de fato. As analogias deste podem corresponder a muitas coisas, depende de quem lê. Pessoalmente não digo nada mais dramático do que já disse ou já foi dito.
E se um dia disser, será de remeter-me ao crepúsculo. Até por que de nada adianta tudo sem o subjetivo. Cabalistas que o digam. A bíblia é muito ao pé da letra, não é? Seja subjetivo.
Quando escuta, quando fala, quando come queijo minas e quando deixa de comer.

Eis que é subjetivo quando descasca laranja, quando dá um beijo. Seja muito subjetivo ao beijar, se não nunca saberá fazê-lo. Ou nunca será realmente feliz.

E a felicidade, o que é dentro deste mundo? E o mundo não é uma cadeia, ou é, visto pelo ecossistema, mas... Tirando essas psceudobjetivas e ao mesmo tempo subjetivas, veja bem: ecossistema de falhas, de erros, de tentativas, precisa-se do outro e ao mesmo tempo mata-se, por precisar também. Em muitos casos fatais e outros problemas sócio-políticos, problemas "irremediáveis" ( nada que seja chato e sim que deva ser dito, explorado demasiadamente não só por ele, por elas, por telefone ou em mesa de bar fumando, etc. etc.)
Mas enfim, se for falar, demorarei muito mais. Portanto, continuando:
A felicidade, queria este expor, que só está dentro de nós. Muitos ajudam, mas se equilibrar em pessoas é falta de equilíbrio em sua própria “coluna vertebral psicológica”. E em religião, em sorvete, em cigarro, drogas. Drogas que podem chamar-se relacionamentos, compulsões em si, e auto-flagelamentos inesperados.
Mas oras, somos seres complexos, precisamos de coisas imbecis! Nãão, Mesmo assim, somos felizes, feitos para isso, exatamente isso.
Ser feliz e não desencadear discórdia, tentar ser veículo e ainda sim, ter equilíbrio. Não somos deuses, não somos anjos, não somos o Demo.

Eis que ele pensa que é um anjo, ora pois, nada faz para o mal. Mas tudo é relativo. O mal, o bom e principalmente quem nada faz.
Você, parado simplesmente, é o que chamam de: " esse povo que não faz nada" . " Esse povo de merda, acomodado". Você é uma estatística, uma fofoca, uma espécie que não esta em evolução. Esteja, por favor, é o mínimo e o máximo. Eis que não ligue para o que dizem, é o melhor, os que dizem são as piores estatísticas de fato, o que fazem é manipular verdades, como jornalistas de revistinha. Porém, todos de mal grado, com inveja na ponta da língua ou etc. e tal. Eis que é melhor seguir os seus fatos, aqueles que dentro de si gritam: Eu sou feliz assim, assim, assim.
Normalmente se você perguntar-se o que te faz feliz com clareza, terá resposta positiva. Positiva no sentido de: nada destrutivo para si mesmo nem para o mundo. A felicidade é uma fonte pura, quando a consegue, não se precisa de intermediários ilusórios.
E isso é até objetivo, a clareza é subjetiva quando se precisa de paz para isto.
E vamos lá: Como alguém tem paz para parar um tempo, “meditar” do seu modo e perguntar-se: “ o que me faz realmente bem, de fato?”, neste mundo? Se tiver este tempo, pergunte-se. E se não tiver, pergunte-se por que não têm, e verá que não está bem. E por que fazer coisas imbecis se você têm paz para alimentar seus sonhos?
Bom, algum começo.
Todos são capazes. Mas não de julgar. Recrio esta mesma frase de inúmeras formas, pois tenho calado mil formas de fazer o mundo feliz, e ainda sim, infeliz, ao desequilibrá-lo. Então melhor é transmitir tudo pouco à pouco. Cada um só entende o que precisa naquele momento e o melhor é tentar entender: o que precisa, o que o outro precisa e como repassar isto.

É fácil repassar de certo em arte, em música, em escrita.
A música é transmissão. Poucos os que vêem ainda como forma de fazer tocar a alma, fazer valer a pena os momentos mais do que fama, competição, etc. Mesmo assim, ainda é relativo. Mas ainda sim consegue-se perceber o agrado da vida em melodias perfeitas. Perfeitas, pois têm a capacidade de repassar um momento, um timbre de vida e tirar uma lágrima de si, de nós, de emoção - emoção é transbordar. Quem escuta, sente o que um dia sentiu quando escutou ou marcou. Outros, sentem a música, a vida. A amplitude dela se espalhar em cada canto.

Escutar com subjetividade é filosofia? Kant que o diga: o essencial é filosofar com tudo. Um dia eu prometo citar Platão, seria histórico.


Mas enfim, só escute e vá além, pois música é mais que tudo isso, música transforma pessoas, evolui. Não usamos economia nela e algumas vezes tudo é bem vindo. Quem faz, gosta de verdade e têm-se um paradoxo.
Como a pintura e suas adjacentes: vemos como cremos. É a coisa mais interessante saber o que cada um vê. Entender por quê Dora Maria vê um arco íris em um poço ou Mario (Sim, aquele Mario) vê uma grinalda em uma cachoeira. Acho que muita gente perde tempo com pequenezas, imagine se fizessem coisas realmente gostosas como essa... É uma soma fazer, entender algo. Entender o que cada um vê, também é multiplicar-se.
Ao mesmo tempo quem não gosta, que faça a própria arte, pois que diabo, não precisa saber fazer, somos a própria e a transmitimos, já nascemos sabendo. Incrível quem pára e pensa: 'Isso não está bom, não está legal, preciso de um momento, mais imaginação!"
A arte não se esgota como dinheiro se esgota. Faça isso, depois outro. Depois outro...

A arte continua em tudo, palavras, desenhos, pinturas, coisas que só você vê, fotos e gravuras sem pé nem cabeça pra uns, é o seu corpo e sua mente ali, que tudo vê. Um rabisco pode ser mais e uma paisagem morta pode dar vida a um poema sem fim.

A de se ver em cada um, a tristeza e a felicidade e tudo que existe de intermediário de ambos, e até palavras nunca vistas no dicionário e pinturas nunca feitas. Dentro de sí mesmo cada um guarda uma riqueza grandiosa, que é possível com olhos sensíveis, ver. E outras vezes, é possível até entender, outras encantar-se, outras descartar para aprender outras formas. O jeito e a forma de cada um em si já é pura em arte (e bela) e como tal pessoa transmite, dá vida a um desenho, à sua própria imagem.
Ver tudo isso é ter clareza, mesmo na obscuridade de muitos e muitos casos. Ganhar tempo com isto e fazer algo para isso é a melhor forma. O trabalho que vejo na psicologia é único para quem consegue ver a subjetividade de tudo isso, e com isso, ajudar mais, reunir mais. Não é a mulher da zona sul que vai ao analista. Mas quem disse que ela, só por ser rica, também não precisa? E os mais pobres, e quem têm tantos " traumas" por céus, pouco pensam, trabalham apenas e esta sim é sua terapia!. Mas quem disse que vivem plenamente? Quem disse que não estão a causar traumas também? Quem disse que ninguém se magoa?
Eis que é melhor conectar-se com o fator: HUMANO. Todos somos, todos precisamos de certos aspectos. Cada um tem uma área mais desenvolvida dentro de si e, é bom sentir alguém desenvolvendo coisas não destrutivas, coisas que só irão amenizar problemas e, por que não construir um mundo assim?
A ciência cresce mais e mais e cada dia mais pessoas sentem-se perdidas em si próprias. A verdade é que se formos falar de métodos não encontraremos soluções divinas de contos de fadas e mesmo se encontrarmos para uns não será um agrado... Mas, o objetivo comum de todos é sentir-se feliz. E encontrar a felicidade é conectar-se a ela. E nesta historinha não tem como não ser “parcialmente” subjetivo. E o maior veículo é a arte e tudo que existe por trás dela, pois afinal, tudo é e tudo transforma. E precisa-se disto.

Hoje quis ele fazer uma ponte consigo e com o mundo. Hoje quis estar sem rédeas. Hoje quis estar em paz. E esteve, ora, pois, o que tem mais a ver com querer do que fazer? O poder é autocrítico, apenas.

É pensando que se aprende mais e lendo mais que se aprende a criticar mais, pois nada se pode crer apenas por estar publicado. E ao mesmo tempo existe um mundo de coisas para alimentar-se por aí. Difícil é não querer doce de maracujá, mas não impossível, acomodar-se é que é desagradável neste mundo, certo?

Eis que ele quis simplesmente sentar e desenhar em cima de rabiscos.