Lugar sujo, poças de lama e tanta gente pra lá e pra cá.
Uma barraca parecida com aquelas que colocam brincos e cordoes etc
nas ruas cedo, fora transformada em um bar itinerante com garrafinhas pet
de várias cores fluorescentes diferentes, verde, rosa shock, laranja shock, amarelo-marca texto. Achei que as bebidas seriam servidas ali, mas não, era em um copo grande desses de plástico - de colocar guaraná e cantar parabéns com música da xuxa.
Pedi uma caipirinha de morango que mais tarde parecia tripa, em um vermelho fígado tenebroso. Mas era alimento e bebida ao mesmo tempo, valia a pena.
Um rapaz de cabelo comprido chama o ''barmen'' da tal barraca de família. "E AÍ FAMÍLIA, ME VÊ UMA FODCA". Rio alto, ele olha pra mim risonho, comento que achei engraçado chamar de "família" e ele: "somos todos uma família, esse aqui é meu primo".
Eu disse que o barmen era meu irmão. Meu irmão nos ofereceu mais açúcar.
Dos becos molhados músicas diversas, um funk antigo e mulheres grandes
dançando com gays pequenos. Do meu lado cai um cara, empurrado por outro,
que mais parecia ter saído da possa de lama (e assim levava o outro em seu lugar).
Marchando, tudo estranho, pessoas conhecidas, tudo aquilo parecia um maldito bloco fora de época teoricamente. Prático era ser daquele jeito mesmo.
Um garoto extremamente bêbado tinha o nome do meu pai e repetia coisas caóticas que bebados repetem, pois era um menino ainda, queria parecer um velho bêbado que fala coisas caóticas que bêbados falam e por isso assim agia e dizia que amigo meu era um irmão pra ele, apontando, abraçando e discorrendo várias bandas de gosto comum aos dois.
Vejo uma cara conhecida, ali fico até sair dali e ir pro tal gramado "calvo''. Achei
isso engraçadinho. Caras de cabelo comprido, projetos de mutantes.
Apresentações de meninas simpáticas.
Signos à parte. ''Vamos no banheiro perto do arco íris"
Ok, vamos.
Era um bar/restaurante, não podia entrar com bebida - então deixei minha tripa com cachaça no lado de fora e entramos no banheiro quente. As meninas mijaram, acho que falei coisas de meninas e saímos, estava quente demais mesmo.
Tinha um bar com nome tipo ''deleite'', com luz vermelha e uma escada misteriosa.
Queria ir ali, mas supostamente era caro. Uma menina dava dicas de como varrer
para um lixeiro que varria uma porrada de coisas do chão, onde as pessoas acham super normal jogar copos e papéis. Sabe, é como se limpo não fosse o lugar que queriam
estar e sabiam que estavam. Ou seja, se lá estivesse limpo eles não estariam ali, ficariam desconfigurados. Enfim, rinocerontes de Ionesco em seu Teatro nonsense.
Pés doendo, bares fechados - isso é a famosa lapa? ok, ali todos eram irmãos,
mas as coisas boas fechavam cedo. Desculpa, se for assim prefiro rio das trevas, perto da roça. Nos restara um bar com forró que as 8 da manhã tocava "chupa que é de uva". Achei justo, tinha um cara que parecia o hit - o palhaço que come crianças na obra prima do medo. Uma das bebidas era gengibre com cachaça. ''Quero isso aí mesmo''. Pombos voavam meio putos da vida e construções históricas me deixavam menos perturbada com aquilo tudo.
Dá pra beber e voltar pela manhã sem problema se é justamente nessa hora
que a bebedeira te rouba a consciência e assim não se cansa de andar e andar.
MAS estava consciente e por isso essa parte não foi legal - tirei os sapatos
e andei pela lama nada poética já que era dia. Um casal colocou uma toalhinha
em cima de uma mesa no meio da calçada e pôs-se a vender café, chocolate quente e café com leite. Ela nos deu um copinho (estilo copo grátis de café do mercado) com um outro copinho embaixo, já que estava muito quente. Tentamos comprar um pão com manteiga,
mas cobraram quase 5 reais, achei um absurdo e quase coloquei as mãos pro alto.
"Pastel chinês, pastel chinês", amigo meu repetia, e repetia também "cigarro, cigarro,
varejo!" há, e parando no meio do caminho pra comentar com olhar sensacional, completando: "ficarei por aqui, o bar numseioquê (nao lembro o nome e seria antiético dizer também) precisa de mim".
"Se comprar um cigarro a varejo eu juro que vou embora daqui no 1o ônibus". -
digo.
Treme o ônibus e pra mim é como estar em um berço, já que meus pés estavam doendo demais e finalmente havia sentado.
Mais um tempo e páro em um ponto, pensando: "ó, e agora, quem poderá me defender?".
Antes do chapolim colorado aparecer, um cara de moto amarela parou e disse: "oi, sou eu". Eu disse: "não conheço você" e ele ficou olhando. Repeti: "não te conheço". Bem, finalmente ele se foi - fiquei pensativa, será que era o chapolim? Não era.
Logo estou sã e salva, com os pés em uma água maravilhosa. Uma hora acordo e sou feliz por lavar os pés durante mais duas horas.
Só fica legal em preto e branco.
Uma barraca parecida com aquelas que colocam brincos e cordoes etc
nas ruas cedo, fora transformada em um bar itinerante com garrafinhas pet
de várias cores fluorescentes diferentes, verde, rosa shock, laranja shock, amarelo-marca texto. Achei que as bebidas seriam servidas ali, mas não, era em um copo grande desses de plástico - de colocar guaraná e cantar parabéns com música da xuxa.
Pedi uma caipirinha de morango que mais tarde parecia tripa, em um vermelho fígado tenebroso. Mas era alimento e bebida ao mesmo tempo, valia a pena.
Um rapaz de cabelo comprido chama o ''barmen'' da tal barraca de família. "E AÍ FAMÍLIA, ME VÊ UMA FODCA". Rio alto, ele olha pra mim risonho, comento que achei engraçado chamar de "família" e ele: "somos todos uma família, esse aqui é meu primo".
Eu disse que o barmen era meu irmão. Meu irmão nos ofereceu mais açúcar.
Dos becos molhados músicas diversas, um funk antigo e mulheres grandes
dançando com gays pequenos. Do meu lado cai um cara, empurrado por outro,
que mais parecia ter saído da possa de lama (e assim levava o outro em seu lugar).
Marchando, tudo estranho, pessoas conhecidas, tudo aquilo parecia um maldito bloco fora de época teoricamente. Prático era ser daquele jeito mesmo.
Um garoto extremamente bêbado tinha o nome do meu pai e repetia coisas caóticas que bebados repetem, pois era um menino ainda, queria parecer um velho bêbado que fala coisas caóticas que bêbados falam e por isso assim agia e dizia que amigo meu era um irmão pra ele, apontando, abraçando e discorrendo várias bandas de gosto comum aos dois.
Vejo uma cara conhecida, ali fico até sair dali e ir pro tal gramado "calvo''. Achei
isso engraçadinho. Caras de cabelo comprido, projetos de mutantes.
Apresentações de meninas simpáticas.
Signos à parte. ''Vamos no banheiro perto do arco íris"
Ok, vamos.
Era um bar/restaurante, não podia entrar com bebida - então deixei minha tripa com cachaça no lado de fora e entramos no banheiro quente. As meninas mijaram, acho que falei coisas de meninas e saímos, estava quente demais mesmo.
Tinha um bar com nome tipo ''deleite'', com luz vermelha e uma escada misteriosa.
Queria ir ali, mas supostamente era caro. Uma menina dava dicas de como varrer
para um lixeiro que varria uma porrada de coisas do chão, onde as pessoas acham super normal jogar copos e papéis. Sabe, é como se limpo não fosse o lugar que queriam
estar e sabiam que estavam. Ou seja, se lá estivesse limpo eles não estariam ali, ficariam desconfigurados. Enfim, rinocerontes de Ionesco em seu Teatro nonsense.
Pés doendo, bares fechados - isso é a famosa lapa? ok, ali todos eram irmãos,
mas as coisas boas fechavam cedo. Desculpa, se for assim prefiro rio das trevas, perto da roça. Nos restara um bar com forró que as 8 da manhã tocava "chupa que é de uva". Achei justo, tinha um cara que parecia o hit - o palhaço que come crianças na obra prima do medo. Uma das bebidas era gengibre com cachaça. ''Quero isso aí mesmo''. Pombos voavam meio putos da vida e construções históricas me deixavam menos perturbada com aquilo tudo.
Dá pra beber e voltar pela manhã sem problema se é justamente nessa hora
que a bebedeira te rouba a consciência e assim não se cansa de andar e andar.
MAS estava consciente e por isso essa parte não foi legal - tirei os sapatos
e andei pela lama nada poética já que era dia. Um casal colocou uma toalhinha
em cima de uma mesa no meio da calçada e pôs-se a vender café, chocolate quente e café com leite. Ela nos deu um copinho (estilo copo grátis de café do mercado) com um outro copinho embaixo, já que estava muito quente. Tentamos comprar um pão com manteiga,
mas cobraram quase 5 reais, achei um absurdo e quase coloquei as mãos pro alto.
"Pastel chinês, pastel chinês", amigo meu repetia, e repetia também "cigarro, cigarro,
varejo!" há, e parando no meio do caminho pra comentar com olhar sensacional, completando: "ficarei por aqui, o bar numseioquê (nao lembro o nome e seria antiético dizer também) precisa de mim".
"Se comprar um cigarro a varejo eu juro que vou embora daqui no 1o ônibus". -
digo.
Treme o ônibus e pra mim é como estar em um berço, já que meus pés estavam doendo demais e finalmente havia sentado.
Mais um tempo e páro em um ponto, pensando: "ó, e agora, quem poderá me defender?".
Antes do chapolim colorado aparecer, um cara de moto amarela parou e disse: "oi, sou eu". Eu disse: "não conheço você" e ele ficou olhando. Repeti: "não te conheço". Bem, finalmente ele se foi - fiquei pensativa, será que era o chapolim? Não era.
Logo estou sã e salva, com os pés em uma água maravilhosa. Uma hora acordo e sou feliz por lavar os pés durante mais duas horas.
Só fica legal em preto e branco.